O Frei Júnior Freitas da Silva, guardião e diretor da Igreja de São Francisco de Assis, no bairro do Pelourinho, afirmou em entrevista que a rachadura que causou o desmoronamento de parte do teto do patrimônio já havia sido notificada por trabalhadores. Segundo ele, um pedido de vistoria foi encaminhado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e estava marcado para esta quinta-feira. No entanto, a solicitação não foi feita à Defesa Civil de Salvador, pois os responsáveis pela igreja não tinham conhecimento da gravidade da situação.
“Somos leigos no assunto sobre estrutura, não tínhamos capacidade de afirmar que aquela fissura poderia causar um desabamento e que deveríamos retirar as pessoas do local. Fizemos uma carta para o Iphan, e não para a Defesa Civil, porque não tínhamos noção de que isso iria acontecer. Sobre o teto, foi a primeira vez que enviamos uma solicitação formal, mas já havíamos feito outros contatos sobre o convento. Nosso olhar é leigo, de quem está diariamente dentro da igreja. Foram os próprios trabalhadores que notaram que a fissura estava aumentando”, explicou o frei.
O religioso, que também é responsável pela administração da igreja, reforçou que a notificação foi devidamente enviada ao Iphan. Além disso, expressou solidariedade às vítimas do desabamento, especialmente à família de Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, que faleceu na tragédia.
