O preço médio do ovo no atacado registrou forte alta neste ano, alcançando até R$ 264,21 em fevereiro, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa consultou produtores, atacadistas e varejistas de diversas regiões do Brasil.
Os valores referem-se à caixa com 30 dúzias de ovos, considerando requisitos como tipo extra, branco e vermelho. Em Santa Maria de Jetibá (ES), principal produtora de ovos do país, os preços chegaram a R$ 264,21 para os ovos vermelhos e R$ 233,55 para os brancos. Na Grande Belo Horizonte (MG), os valores foram de R$ 252,33 (branco) e R$ 260,24 (vermelho).
O Cepea monitora os preços do ovo a retirar em regiões como Bastos (SP), Guararapes/Mirandópolis (SP), Ribeirão Preto (SP), Grande Campinas (SP) e Santa Maria de Jetibá (ES). Já os preços do produto posto (CIF, incluindo frete) são levantados em mercados como Grande São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Fortaleza (CE), Recife (PE), Curitiba (PR) e Porto Alegre (RS).
Alta demanda e baixa oferta impulsionam preços
O aumento expressivo no preço dos ovos é resultado do desequilíbrio entre demanda elevada e oferta reduzida no mercado interno. Tradicionalmente, o ovo se torna uma alternativa mais acessível quando os preços das carnes sobem, o que contribui para a valorização do produto.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a valorização começou a se intensificar na segunda quinzena de janeiro. Além disso, a proximidade da Quaresma – período que, em 2025, ocorre entre 5 de março e 17 de abril – também influencia a alta, já que muitas famílias optam por reduzir o consumo de carne vermelha durante essa época.
Apesar da forte alta no atacado, os preços do varejo ainda não refletem completamente esse movimento. Segundo o relatório da Abras, os ovos apresentaram uma queda de 4,53% nos supermercados no acumulado de 12 meses até dezembro, enquanto outras proteínas registraram aumentos expressivos, como cortes traseiros de carne (20,05%), dianteiros (25,25%) e pernil (20,05%).
Cenário internacional: EUA também enfrentam aumento nos preços
A alta nos preços dos ovos não é um fenômeno exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, a gripe aviária tem impactado diretamente o mercado, com milhões de galinhas sendo sacrificadas para conter a disseminação da doença. Como resultado, os preços dos ovos no país tiveram um salto de 15% em janeiro, na comparação com o mês anterior, e acumularam alta de 55% em relação ao ano anterior, de acordo com o US Bureau of Labor Statistics. Esse foi o maior aumento registrado desde 2015.
Com a tendência de valorização do produto e a chegada de períodos de maior demanda, consumidores devem ficar atentos às variações no mercado nos próximos meses.