Técnico preso por injúria racial contra jogadora do Bahia pagou fiança para ser liberado

 Técnico preso por injúria racial contra jogadora do Bahia pagou fiança para ser liberado

Foto: Divulgação

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O técnico Hugo Miguel Duarte Macedo, de 44 anos, preso em flagrante em confusão com jogadora do Bahia na última segunda-feira (8), foi liberado em audiência de custódia na manhã desta quarta-feira (10), na Central de Flagrantes. Enquadrado por dois crimes: desacato e injúria racial, Miguel teria chamado uma jogadora do clube baiano de ‘macaca’ após o término do jogo entre o JC Futebol Clube, onde é treinador, e o Bahia pela Série A2 do Brasileirão Feminino.

Desde 2023, o crime de injúria racial é equiparado ao racismo, crime que é inafiançável. No entanto, no texto da decisão que o concedeu liberdade, a terceira medida cautelar imposta ele é um pagamento. “Recolhimento de fiança no valor de 30 (trinta) salários-mínimos, de modo a vinculá-lo a futura ação penal”, escreveu a juíza responsável em uma das condições para que ele fosse liberado. O valor estipulado é de cerca de R$ 42 mil.

“Em seu depoimento, a testemunha, disse que presenciou o exato momento no qual o ‘flagranteado’ chamou a vítima de “macaca”, tendo dito que ele repetiu o xingamento três vezes. A vítima contou que o flagrado apontou o dedo em seu rosto e a chamou de “macaca”. O ‘flagranteado’ negou a prática do delito. A materialidade delitiva e os indícios suficientes de autoria encontram-se demonstrados pelas provas orais produzidas”, escreveu a juíza.

O advogado Felipe Santiago, que representa o treinador, disse que Hugo não se lembra de ter dito a palavra. Além da jogadora, o diretor de Operações e Relações Institucionais do Bahia, Vitor Ferraz, um advogado, outras atletas e funcionários que testemunharam o caso foram para Central de Flagrantes.

Os policiais que atenderam a denúncia de Suelen e autuaram o técnico em flagrante também foram ouvidos pela juíza. Um deles apontou que a vítima estava chorando quando foi denunciar o técnico. “Que a vítima foi até a guarnição chorando, muito nervosa e falou que o técnico do time adversário proferiu injúria racial contra ela, chamando-a de “macaca”. Que ressalta que não presenciou a injúria racial, apenas conduziu as partes para a central de flagrantes”, explica a transcrição do depoimento.

Apesar de conceder a liberdade provisória ao técnico, a Justiça determinou que o acusado deve comparecer a todos os atos processuais e manter endereço atualizado. Além disso, ele precisa comparecer bimestralmente em juízo pelo período de 1 ano, podendo cumprir essa medida em Manaus, onde mora. Há ainda proibição de se ausentar da comarca de residência, sem permissão prévia ou ausentar-se por mais de oito dias de sua residência sem autorização. Hugo também não pode se aproximar ou entrar em contato com a atleta do Bahia.