Um vídeo gravado por uma câmera corporal revelou o momento em que um sargento da Rondas Ostensivas (Rota) da Polícia Militar, Marcus Augusto Mendes, atirou e matou, por engano, o agente de telecomunicações Rafael Moura da Silva, da Polícia Civil, durante operação no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. O investigador Marcos Santos de Sousa também foi atingido, mas sobreviveu com ferimento de raspão na cintura.
As imagens, registradas no último dia 11, mostram o momento em que os policiais se encontram antes dos disparos. Rafael foi alvejado por três disparos e uma das balas ficou alojada em seu abdômen.
Rafael, mesmo ferido, gritou: “Eu sou polícia, caralh*!” antes de desabar. O sargento, visivelmente abalado, acionou socorro e tentou prestar auxílio, enquanto colegas da vítima o xingavam. A gravação também captou o momento em que Marcos percebeu ter sido atingido.
A CNN Brasil informou que os advogados dos PMs envolvidos alegam legítima defesa, argumentando que o investigador não se identificou e apontou a arma, enquanto Rafael não estava uniformizado. Eles afirmam que a decisão de atirar buscou proteger a equipe e que o atendimento seguiu protocolos pré-hospitalares.
A equipe da Polícia Civil investigava um latrocínio na região do Campo Limpo. Marcos afirmou que todos usavam distintivos, mas as imagens não mostram identificação em Rafael. A SSP não se pronunciou sobre a participação do agente de telecomunicações na ação.
Rafael foi internado em estado grave no Hospital das Clínicas, mas não resistiu e morreu no dia 16. Nenhum PM foi preso em flagrante.
