A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu aval definitivo à primeira vacina contra a chikungunya no país. Desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva, a autorização permite o uso do imunizante em pessoas com 18 anos ou mais.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) e publicado no Diário Oficial da União. A aprovação marca um avanço importante no combate à doença, que tem se espalhado rapidamente em diversas regiões do Brasil.
Segundo resultados de testes clínicos de fase 3, divulgados em uma revista científica internacional, a vacina apresentou eficácia superior a 98% entre pessoas que nunca tiveram contato com o vírus. Já entre aqueles que já haviam sido infectados, a resposta imune chegou a 100%. A proteção se manteve acima de 99% após seis meses da aplicação. Os efeitos adversos observados foram, em sua maioria, leves ou moderados, como febre, dor de cabeça e cansaço.
A vacina já havia sido aprovada nos Estados Unidos em 2023 e agora, com o registro no Brasil, o Instituto Butantan trabalha para adaptar a fórmula com insumos nacionais. A proposta é viabilizar a distribuição gratuita por meio do SUS. A decisão final depende de análises do Ministério da Saúde e da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).
Alerta para surtos
A chikungunya é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus — os mesmos da dengue — e causa sintomas como febre, manchas na pele e dores intensas nas articulações. Em alguns casos, o paciente pode desenvolver quadros de dor crônica e debilitante. De acordo com dados recentes, a infecção já atingiu mais de 620 mil pessoas no mundo só em 2024, sendo o Brasil um dos países mais afetados.