Sindicatos acusam Prefeitura de Camaçari de gastar R$ 25 milhões com funcionários fantasmas

 Sindicatos acusam Prefeitura de Camaçari de gastar R$ 25 milhões com funcionários fantasmas

Foto: Divulgação, Prefeitura de Camaçari

Compartilhe

Dois sindicatos de servidores denunciaram ao Ministério Público Eleitoral um suposto esquema de contratação de funcionários fantasmas na Prefeitura de Camaçari. Segundo os denunciantes, mais de 400 pessoas, entre parentes e aliados de vereadores, teriam sido nomeadas em cargos fantasmas. O prejuízo, ainda de acordo com a denúncia, gerou um prejuízo de R$ 25 milhões aos cofres públicos.

O Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (SINDSEC) e o Sindicato dos Professores da Rede Pública de Camaçari (SISPEC) acusam o prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil) e Flávio Matos (União Brasil), atual presidente da Câmara de Vereadores e candidato a prefeito, de uso indevido da máquina pública, abuso do poder econômico e corrupção.

“O uso de verbas públicas, a prática de rachadinha e o desvio de salários de funcionários fantasmas para financiar campanhas eleitorais são fatos graves e precisam ser investigados com urgência, sob o risco de comprometer o processo eleitoral”, afirma a representação assinada pelos presidentes dos dois sindicatos.

Os aliados de Flávio Matos estariam supostamente sendo “premiados” com cargos de chefia e gratificações conhecidas como CET (Condição Especial de Trabalho), que podem chegar a 125% do salário base, concedidas sem qualquer critério técnico. “É uma estratégia clara para beneficiar os apadrinhados de Matos, revertendo os recursos em sua campanha eleitoral. Isso precisa ser tratado pela Justiça Eleitoral e Criminal”, declarou Edmilson das Dores, presidente do SINDSEC.

A denúncia inclui cerca de 200 páginas de provas, como fichas financeiras dos servidores, e vídeos que mostram envolvidos em compras de votos. “Ao mesmo tempo em que nomeia fantasmas para beneficiar sua campanha, o prefeito congela os salários dos servidores há cinco anos e nega direitos como adicionais de insalubridade e periculosidade”, afirmou Sara Santiago, presidente do SISPEC.