Sete das dez cidades com maior taxa de homicídios estão na Bahia

 Sete das dez cidades com maior taxa de homicídios estão na Bahia

Foto: Unsplash/Hosein Charbaghi

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A pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), publicada pelo Atlas da Violência, revela que das 10 cidades com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes em 2022, todas estão na Bahia.

Segundo informações divulgadas pelo G1 nesta terça-feira (18), Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, lidera com a maior taxa de homicídios estimada em 94,1. A cidade ultrapassou Jequié, que agora ocupa a segunda posição com uma taxa de 91,9. Pesquisadores do Atlas destacam que a violência letal está amplamente disseminada na Bahia.

Cidades baianas com maiores taxas de homicídio:

  1. Santo Antônio de Jesus (BA) – 94,1
  2. Jequié (BA) – 91,9
  3. Simões Filho (BA) – 81,2
  4. Camaçari (BA) – 76,6
  5. Juazeiro (BA) – 72,3
  6. Salvador (BA) – 66,4
  7. Feira de Santana (BA) – 66,0
  8. Eunápolis (BA) – 59,8
  9. Ilhéus (BA) – 59,3
  10. Luís Eduardo Magalhães (BA) – 58,4
  11. Teixeira de Freitas (BA) – 57,8
  12. Lauro de Freitas (BA) – 51,1
  13. Alagoinhas (BA) – 51,0
  14. Porto Seguro (BA) – 49,9
  15. Itabuna (BA) – 47,7
  16. Paulo Afonso (BA) – 44,3
  17. Barreiras (BA) – 36,9
  18. Vitória da Conquista (BA) – 22,1

Em 2022, Salvador liderou entre as capitais brasileiras com a maior proporção de crimes contra a vida, registrando 1.605 homicídios e uma taxa de 66,4 mortes por 100 mil habitantes. Em números absolutos, a cidade fica atrás apenas de São Paulo, que teve 1.762 ocorrências, mas com uma população quase cinco vezes maior (11.451.999 habitantes), resultando em uma taxa menor de 15,4 homicídios.

A violência na Bahia, assim como em estados do Nordeste como Ceará e Pernambuco, reflete um problema complexo influenciado pelo conflito entre facções criminosas e suas alianças com gangues locais. Esse cenário é agravado pelo tráfico de drogas, que tem suas origens nas fronteiras brasileiras com países como Bolívia e Paraguai, além da rota de exportação pelo litoral.

Para enfrentar essa situação, os pesquisadores enfatizam a necessidade de uma abordagem integrada e abrangente, envolvendo todos os níveis de governo. Uma das principais propostas é a reformulação do sistema penitenciário nacional, que enfrenta problemas estruturais que contribuem para a perpetuação da violência. Além disso, destaca-se a importância de uma participação mais ativa dos municípios no planejamento e execução de medidas preventivas.

Essas ações não visam apenas lidar com os sintomas imediatos da violência, mas também abordar suas causas profundas, como a falta de oportunidades, desigualdades sociais e a fragilidade do sistema de segurança pública. A abordagem proposta busca uma intervenção colaborativa e multifacetada entre os diferentes entes federativos para enfrentar de forma eficaz o problema persistente e complexo da violência associada às organizações criminosas no Brasil.