O vereador Téo Senna (PSDB) acusou a oposição na Câmara Municipal de Salvador de utilizar “dois pesos e duas medidas” ao criticar empréstimos municipais e se calar sobre o suposto endividamento do governo da Bahia. O tucano defendeu os pedidos de crédito da gestão Bruno Reis (União), que somam R$ 1,28 bilhão, classificados pela oposição como “cheque em branco”.
Em discurso na sessão ordinária desta segunda-feira (25), Senna afirmou que a oposição age por “conveniência política”. Ele destacou a transparência dos recursos solicitados pela Prefeitura, destinados ao “equilíbrio das contas, investimentos e continuidade das obras e programas que vêm melhorando a vida dos soteropolitanos”.
Em contraponto, questionou o silêncio dos adversários sobre os mais de R$ 23 bilhões em empréstimos contraídos pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) em dois anos e meio. “Onde estão essas obras grandiosas financiadas por tanto dinheiro?”, indagou.
Do outro lado, a líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), negou ser contra qualquer financiamento, mas manteve a crítica ao caráter dos projetos. “O que a gente questiona é que empréstimo para pagar empréstimo é cheque em branco”, afirmou. Ela argumentou que as mensagens (PLs 338 e 339) não especificam a aplicação dos recursos, servindo apenas para “alimentar o orçamento” e evitar “déficit fiscal”.
Aladilce alertou para a falta de planejamento, lembrando que as contas do município são aprovadas com ressalvas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). “Não somos contra o empréstimo, porém é preciso ter um objeto definido”, concluiu, reforçando a necessidade de transparência na destinação do dinheiro.