Secretário de Educação de Salvador é citado em Operação da PF
Nesta terça-feira (10), foi deflagrada a Operação Overclean, com o objetivo desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. A organização criminosa teria direcionado recursos públicos de emendas parlamentares e convênios, por meio de superfaturamento em obras e desvio de recursos, para empresas e indivíduos ligados a administrações municipais.
O esquema ilícito teria atingido diretamente o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos.
Segundo informações publicadas do BNews, o esquema tinha forte influência sobre o secretário Municipal de Educação, Thiago Martins Dantas, com ajuda de diversos envolvidos em cargos públicos. O funcionário público Flávio Henrique de Larceda Pimenta também foi citado.
As autoridades afirmam que o empresário José Marcos de Moura, conhecido na Bahia como Marcos Moura, lidera a organização criminosa por sua influência sobre funcionários públicos na Bahia, no Amapá, no Rio de Janeiro, no Tocantins e em Goiás. Marcos foi preso nesta terça-feira (10).
No relatório da PF, Marcos Moura é chamado de “líder” por Alex Parente, que seria seu principal auxiliar nas empreitadas para subornar agentes públicos e influenciar licitações em prol de empresas pertencentes a integrantes do grupo criminoso.
Alex Parente é dono de diversas empresas investigadas pela PF por suspeita de serem usadas para lavagem de dinheiro. Entre elas estão a Allpha Pavimentações e Serviços de Construções, a Larclean Saúde Ambiental, a Pap Saúde Ambiental, a Qualymulti Serviços e a Fap Participações. A empresa Larclean Saúde Ambiental, havia firmado contrato com a Secretaria Municipal de Educação de Salvador.
Durante o período investigado, a organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024.
Foi determinado o sequestro de R$ 162.379.373,30, referentes ao valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, aeronaves, imóveis de alto padrão, barcos e veículos de luxo. Também foi ordenado o afastamento de oito servidores públicos de suas funções.