Roma critica arquivamento de CPI que investigaria invasões de terra
O presidente do PL na Bahia, João Roma, criticou nesta sexta-feira (28) o arquivamento do requerimento de instalação de CPI para investigar as invasões de terra na Bahia após parecer da procuradoria jurídica da Assembleia Legislativa da Bahia que a considerou inconstitucional e norteou a decisão. Roma destacou que a apuração pretendida no requerimento apresentado pelo deputado Leandro de Jesus (PL) era para apurar quem financia as ações de invasões ilegais das propriedades rurais, o que, como destacou, promove clima de insegurança e afasta investimentos no setor.
“É muito frustrante você ver uma reunião como a que ocorreu na última terça-feira na Assembleia Legislativa da Bahia, com produtores que foram da Bahia inteira lá para Salvador, gente que viajou mais de 800 quilômetros, como o pessoal do extremo sul e do oeste e, de repente, no dia seguinte, você vê uma CPI sobre a invasão de terras, que tinha número de deputados suficientes para apurar quem está agindo de forma criminosa, financiando movimento de invasões ilegais, e simplesmente com parecer jurídico, arquiva-se um assunto tão importante”, declarou João Roma, em entrevista à Rádio Cidade FM, de Irecê.
O líder do PL na Bahia reiterou a frustração dos produtores rurais. “Foi muito frustrante para todos os produtores, pois são essas bandeiras que temos que abraçar, independente de caráter partidário, porque são coisas em benefício da Bahia, para termos mais investimento e melhorar a vida daqueles que mais precisam no estado”. Roma enfatizou que, na Bahia, há mais terras em poder do Incra que devem ser destinadas à reforma agrária que famílias que seriam beneficiadas. “Por que o governo não titula?”, questionou.
O dirigente partidário lembrou que, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, projetos como o do Baixio de Irecê avançaram em sua execução. Roma comentou que a região que será beneficiada pelo projeto é uma das mais férteis de todo o mundo e que teria nas culturas irrigadas garantia de desenvolvimento para as populações locais. Ele entretanto disse que os interesses dos governos federal e estadual caminham em direção oposta à da solução dos problemas.
“Temos um governo federal, do Lula, que é movido pelo rancor, pela perseguição aos adversários. É um governo que, ao invés de discutir projetos para o Brasil, não está somente com o freio de mão puxado, mas está dando marcha à ré”, avaliou. Sobre a gestão Jerônimo, discorreu: “é um governo que não realiza sequer ações triviais. O estado atrasa outorgas para a captação de água e, às vezes, é somente uma questão de ter atenção aos problemas, às demandas das pessoas”.
O presidente estadual do PL também foi questionado sobre as ações do partido na Bahia e voltou a destacar que seu objetivo é fortalecer e dar musculatura à sigla nos 417 municípios baianos. Roma também destacou conversas recentes que vem realizando com lideranças estaduais. “Conversei com o deputado federal Antônio Brito (PSD), com o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz. Não tenho dificuldades para conversar com quem quer que seja”, pontuou.
“Também mantive conversas com o deputado federal Leo Prates. Todas essas são conversas em que tratei do futuro de Salvador, quais são as pautas de Salvador. É a primeira capital do Brasil e preciso saber quais são os projetos para a cidade que esses atores políticos trazem”, disse Roma, que também reiterou sua pré-candidatura à prefeitura da capital, o que, ainda assim, não afasta a possibilidade de diálogos com o atual prefeito Bruno Reis (União Brasil). “É um diálogo sobre projetos, realizado sobre princípios claros, e não sobre a divisão de cargos e partilha de poder”, declarou.