Prefeitura entrega orla de Praia do Flamengo requalificada com primeiro viveiro de restinga de Salvador

 Prefeitura entrega orla de Praia do Flamengo requalificada com primeiro viveiro de restinga de Salvador

Fotos: Betto Jr. / Secom PMS

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A Prefeitura de Salvador entregou nesta terça-feira (26) a requalificação da orla de Praia do Flamengo e criou na região um inédito viveiro de restinga, ecossistema associado ao bioma Mata Atlântica e típico de áreas litorâneas. As intervenções foram inauguradas pelo prefeito Bruno Reis e vão proporcionar não apenas melhorias em espaços públicos para a população como, também, a preservação do meio ambiente local.

O Viveiro Municipal de Restinga é o primeiro equipamento do tipo em Salvador, capaz de produzir anualmente 36 mil mudas das mais diversas espécies. O objetivo é que essas mudas sejam transplantadas para todos os trechos de orla da capital baiana, recuperando a vegetação afetada pela presença humana. O projeto foi elaborado junto à Unidunas, organização da sociedade civil que atua na preservação do meio ambiente litorâneo. A previsão é que as primeiras mudas já sejam transplantadas para a orla em quatro meses.

Em relação à orla de Praia do Flamengo, os 2 km requalificados passam a contar com novo paisagismo com sistema de irrigação automatizado, iluminação pública em LED, áreas de estacionamento ordenadas e nova pavimentação de passeios. Além disso, o trecho ganhou ciclovia, quadra de vôlei de areia, parque infantil, espaço para piquenique, trilhas e espaços de convivência. O investimento foi de R$ 27,8 milhões.

O prefeito Bruno Reis destacou a preocupação em ordenar o uso da orla, para que seja possível preservá-la. “Agora, sim, a restinga está sendo preservada, porque antes não era. Quem frequenta aqui, sabe. O que ocorria era carros estacionados na faixa de areia, motos, quadriciclos passando por cima da vegetação. Isso, sim, estava destruindo a restinga. As pessoas desciam para a praia por todos os lugares”, citou.

“Agora, nós estamos ordenando essa ocupação. Com isso, diversas áreas poderão ter a restinga de fato protegida e preservada, para que os carros e as pessoas não passem mais por cima. Nós replantamos a restinga, que está neste momento protegida por tapumes. Depois, quando as plantas se desenvolverem, vamos tirar os tapumes e as pessoas não vão mais pisar nela como ocorria antes”, completou.

A requalificação foi projetada em parceria com o Projeto Tamar para proporcionar um ambiente urbano em equilíbrio com a conservação e restauração do ecossistema. Desse modo, a Prefeitura fez a recuperação da faixa de coqueiral e a recomposição da cobertura vegetal com o plantio de espécies nativas de restinga de praias.

Além disso, o Projeto Tamar realizou monitoramento e mapeamento da fotopoluição, para a verificação da incidência de luz artificial na faixa de areia. Uma equipe multidisciplinar atuou durante todo o período das intervenções para garantir a conservação da fauna e da flora existentes, observando o integral atendimento à legislação e condicionantes ambientais.

Coordenador-geral do Prodetur Salvador, Iuri Mattos lembrou o diálogo com a comunidade e com os órgãos de proteção ambiental ao longo do projeto. “Contamos com uma iluminação especial, com um aparato que impede que a luz artificial chegue ao mar, que fique apenas no continente para não desorientar as tartarugas marinhas. Esse projeto passou pelo Tamar, sendo isso uma das nossas preocupações, e obtivemos a validação deles, com todas as instruções atendidas. Além disso, fizemos toda a recuperação do coqueiral e da vegetação nativa”, afirmou.

Educação

O Viveiro Municipal de Restinga, localizado entre a Rua Clóvis Bevilacqua e a Alameda Cabo Frio, também vai realizar ações de educação ambiental, recebendo estudantes de escolas de Salvador para expor a importância da restinga no bioma Mata Atlântica. Para isso, conta também com salas para palestras. A princípio, a visita ao viveiro será feita mediante agendamento. O equipamento será administrado pela Secretaria de Sustentabilidade e Resiliência (Secis).

“Esse é um equipamento inédito, com o objetivo de realizar em Salvador um case de sucesso nacional. Para que a gente possa proteger toda a nossa faixa de orla e de areia, vamos plantar anualmente mais de 36 mil mudas de restinga, que é uma grande forma de preservação ambiental. Lembrando também que a vegetação de restinga tem uma grande biodiversidade, com diversas espécies de flora e inclusive de fauna, abrigando diversos animais”, afirmou Marcelle Moraes, titular da Secis.

Participação popular

O projeto de requalificação da orla foi concebido pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF), com todas as etapas amplamente discutidas com as comunidades locais. A obra é da Secretaria de Cultura e Turismo, através de recursos do Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (Prodetur).

Professora aposentada, Neusa Maria de souza, 78 anos, aproveitou a manhã desta terça para passear com o marido Anderson Barreto na orla de Praia do Flamengo. “Gostei bastante do que foi feito. Uma obra que harmonizou os espaços públicos com a natureza. Antes ficava impossível caminhar em determinados trechos, porque havia muitos buracos, a pavimentação era irregular, de barro. Agora, é possível caminhar sem problemas à beira-mar contemplando essa natureza divina”, festejou.

A advogada Vera Saraiva, 64, possui um imóvel em Praia do Flamengo e costuma praticar atividades físicas toda a semana. “Essa requalificação foi uma grande satisfação para todos os moradores. Está tudo muito mais estruturado, com caminho para fazer exercícios, cooper, além de ciclovia, iluminação em LED. Passamos a ter uma área mais propícia para lazer e com mais segurança”, avaliou.

Demais trechos

O prefeito Bruno Reis lembrou que, com a entrega do trecho de Praia do Flamengo, a requalificação da orla entre Ipitanga e Stella Maris está completa, com um total de R$ 55 milhões investidos nessa área da cidade. Com a futura conclusão do trecho que compreende Boca do Rio, Pituaçu, Patamares e Jaguaripe, a Prefeitura vai completar 100% da orla atlântica da capital baiana requalificada.

“Já na orla da Baía de Todos os Santos, estamos com a Gamboa em obras e o entorno da Igreja dos Alagados. Estamos licitando também o trecho de Periperi, Praia Grande e Escada. Com isso, a gente vai fechar 100% da orla de Salvador, a orla mais extensa do Brasil, com 64 km. Somando a nossa gestão com a do ex-prefeito ACM Neto, foram investidos mais de R$ 600 milhões na recuperação da orla, devolvendo a cidade ao cidadão”, destacou Bruno Reis.