Os altos preços praticados no Porto da Barra têm gerado debate entre banhistas e barraqueiros. Enquanto alguns apontam o aumento como reflexo do verão, outros acreditam que a limitação dos kits de praia tenha impactado diretamente nos valores. Um levantamento realizado pelo Correio na manhã desta terça-feira (4) mostrou que a lata de Heineken de 350mL pode ser encontrada por até R$ 22 na região. O preço mais baixo foi registrado na barraca do Beto Oi, próximo ao Forte de Santa Maria, onde a mesma cerveja é vendida por R$ 10. Já o preço da roskas varia entre R$ 25 e R$ 70.
Duas banhistas, que preferiram não se identificar, relataram que os preços oscilam conforme o perfil dos clientes. Segundo elas, turistas costumam pagar mais caro, especialmente nas barracas próximas ao Forte São Diogo. “Eles exploram mesmo. Se uma roskas aqui custa R$ 25, lá eles cobram até R$ 70. E, se perceberem que a pessoa não é daqui, aumentam ainda mais”, disse uma delas.
Uma permissionária, que também preferiu não revelar seu nome, afirmou que as barracas administradas por cooperativas costumam elevar ainda mais os valores. De acordo com a comerciante, os preços variam conforme o público. “A Heineken chega a custar até R$ 22 nessas barracas. Na minha, vendo por R$ 12, mesmo valor da Amstel, Brahma e Antártica”, contou. O valor das roskas, por sua vez, depende da quantidade pedida e da vodka utilizada. Quando preparada com Smirnoff, a bebida fica mais cara.
Na barraca do Beto Oi, onde a Heineken é vendida pelo menor preço (R$ 10), Gilmar Freitas, de 61 anos, explicou que os únicos valores que subiram foram os dos kits de praia. “As cadeiras, que antes custavam R$ 7, agora saem por R$ 10, devido à redução dos equipamentos. Já os sombreiros mantiveram o preço de R$ 20”, disse. Segundo ele, os preços da cerveja, da água (R$ 4) e da água de coco (R$ 6) continuam os mesmos, enquanto, em média, a Heineken custa R$ 12 e a água pode variar entre R$ 4 e R$ 8.
Turistas que frequentam outras praias de Salvador percebem uma diferença expressiva nos valores. O paulista Lucas Siqueira, que visita a cidade pela segunda vez, contou que pagou R$ 7 por uma água de coco na Prainha do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM). No Porto, o mesmo produto chega a custar R$ 15, um aumento de mais de 100%.
As diferenças de preços também são notadas nas cervejas. “Na prainha do MAM, a long neck de Heineken custava R$ 12, aqui no Porto da Barra está saindo por R$ 20”, disse Lucas.
Uma reportagem publicada pelo Correio na última segunda-feira (3) já havia apontado o aumento expressivo nos preços dos kits de praia. Após a reformulação das regras para permissionários, o aluguel de duas cadeiras e um sombreiro passou a custar entre R$ 60 e R$ 120, valores mais que dobrados em comparação ao período anterior.