O Progressistas (PP) na Bahia está em pé de guerra para evitar que o União Brasil assuma o comando da futura fusão entre os dois partidos no estado. A união, que deve ser oficializada nos próximos dias, está gerando tensão entre as lideranças locais.
Em um documento obtido pelo jornal A Tarde, a executiva estadual do PP pede ao presidente nacional da sigla, o senador Ciro Nogueira, que a gestão da aliança na Bahia siga o mesmo modelo de outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, onde a direção será centralizada no comando nacional. O nome mais forte para assumir a presidência da nova legenda é o do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).
Os progressistas argumentam que, nos estados onde há equilíbrio de forças entre PP e União Brasil, a decisão de nacionalizar o comando garantiria “que as questões regionais e diferenças políticas sejam administradas de forma equânime, sendo conduzida de forma justa e imparcial”.
Pelo acordo entre as cúpulas partidárias, o controle da federação em cada estado ficará com o partido que tiver mais deputados federais. Na Bahia, o União Brasil levaria vantagem, com cinco representantes contra quatro do PP.
A disputa ganha contornos ainda mais estratégicos porque o União Brasil é a principal oposição ao governo Jerônimo Rodrigues (PT) e tem entre seus filiados o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, cotado para disputar o governo em 2026.
Enquanto isso, a indefinição sobre a federação ameaça os planos do PP de se reaproximar do PT baiano. O presidente estadual do partido, Mário Negromonte Júnior, já negociava espaços no governo, mas o impasse sobre a aliança emperrou as tratativas.
O ofício alerta que, se o União Brasil assumir o controle da federação no estado, o PP pode sofrer um êxodo em massa de aliados. A legenda tem uma forte base na Bahia, com quatro deputados federais, seis estaduais, 41 prefeitos e centenas de vereadores.
A federação foi confirmada na última quarta-feira (23) e deve ser anunciada oficialmente na terça-feira, em Brasília. A nova sigla deve se chamar *União Progressista, segundo apurou a CNN.
