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Polícia monta plano para descapitalizar organizações criminosas na Bahia

 Polícia monta plano para descapitalizar organizações criminosas na Bahia

Foto: Divulgação / Ascom-PC

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Após as prisões de sete membros da facção Bonde do Maluco (BDM), realizadas na manhã desta quarta-feira (19), a próxima etapa da Operação Desavenças é investigar a lavagem de dinheiro das lideranças de organizações criminosas que atuam na Bahia. A informação é da delegada Márcia Pereira, diretora do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco) em entrevista com Correio.

“Nós estamos levantando algumas situações que serão trabalhadas pela Inteligência, para fazermos uma nova fase, focada na descapitalização desses grupos. Agora, nós vamos em busca das apreensões. Temos veículos apreendidos, uma quantidade grande de celulares”, disse.

Segundo a delegada, não houve resistência no momento das prisões, mas um dos suspeitos tentou se desfazer do celular, jogando do apartamento. Entretanto, a polícia conseguiu recuperar.

As autoridades chegaram aos sete homens através de um trabalho de localização e interceptação desenvolvido ao longo dos últimos meses. Através das identificações dos suspeitos, a Polícia Civil tem o objetivo de trocar informações com outros departamentos para descobrir também os homicídios dos quais eles participaram.

A fase mais recente da operação foi deflagrada estrategicamente próximo ao período de festas juninas. “A gente sabe do envolvimento deles com ordens relacionadas a homicídios, então [a operação] é para manter a tranquilidade na região de Camaçari, Simões Filho e Salvador”, afirmou Márcia Pereira.

Os “tribunais do crime” foram criados para definir um sistema de julgamento e punição aplicados a quem prejudique os negócios da facção ou descumpra as regras disciplinares dentro da comunidade controlada. Quem originou o sistema foi a facção PCC, e hoje os “julgamentos” se disseminaram por todo o país.

“A gente sabe que existe uma situação de guerra aqui em Salvador, em que aqueles que são identificados e considerados pessoas que teriam traído as facções são submetidos ao tribunal. Isso acaba resultando em execução e torturas”, conluiu.