Polícia Federal vai investigar crime de genocídio contra povo Ianomâmi

Nesta quarta-feira (25), a Polícia Federal abriu uma inquérito para investigar se houve crime de genocídio, omissão de socorro e desvio de recursos na crise humanitária do povo Ianomâmi.

A investigação foi instaurada a pedido do Ministro da Justiça, Flávio Dino e será conduzida pela superintendência da Polícia Federal de Roraima, onde se encontra a maior parte da reserva indígena Ianomâmi. Na segunda-feira (23), o ministro declarou que há indícios fortíssimos de crime de genocídio contra a comunidade.

Segundo o jornal O Globo, Flávio Dino enviou um ofício ao delegado-geral da PF, Andrei Rodrigues, pedindo uma investigação do caso. O ministro disse que os alvos do inquérito devem ser, “ex-ministros e ex-presidentes de órgãos, como Funai, ex-dirigentes da Saúde Indígena e agentes públicos de alto escalão que estimularam o garimpo ilegal na Amazônia”. Dino também lembrou que o ex-presidente, Jair Bolsonaro, esteve em Roraima, para visitar um local de garimpo irregular, em outubro de 2021.

O Ministério da Saúde declarou na última sexta-feira (20), Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no Território Yanomami. No sábado (21), o presidente, Lula, esteve no estado com a comitiva de ministros para acompanhar de perto a situação.

Segundo dados do Ministério da Saúde, nos últimos quatro anos, pelo menos 570 crianças morreram no local. Todas por causas evitáveis. Equipes da Força Nacional do SUS foram enviadas ao local para atender os indígenas emergencialmente.