Em um documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustentou que Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados arquitetaram um plano de tentativa de golpe de Estado no país. O órgão pede a condenação do ex-presidente e seus co-réus, apontando que as provas colhidas demonstram uma ação coordenada contra as instituições.
Conforme a CNN Brasil, o procurador-geral Paulo Gonet destacou que as investigações revelaram documentos e depoimentos que comprovariam a existência de um grupo organizado, incluindo membros do governo e militares, com o objetivo de minar a confiança no sistema eleitoral e interferir na transição de poder após as eleições de 2022.
De acordo com Gonet, Bolsonaro teria sido a figura central do suposto esquema, incentivando discursos que questionavam a lisura das urnas eletrônicas sem provas. O procurador ressaltou que as próprias ações dos envolvidos geraram registros detalhados, afastando a alegação de que as acusações seriam baseadas em “suposições frágeis”.
Entre as evidências citadas está um rascunho de decreto que previa medidas excepcionais, apresentado a autoridades militares, com conteúdo considerado inconstitucional. Testemunhas, incluindo ex-comandantes das Forças Armadas, confirmaram ter conhecimento do documento.
A PGR argumenta ainda que os atos de 8 de janeiro não foram eventos isolados, mas sim parte de uma estratégia maior, com ligações diretas entre os manifestantes e integrantes do suposto grupo criminoso. O parecer reforça a tese de que o objetivo era fragilizar o Judiciário e impedir a posse do presidente eleito. O caso agora aguarda a análise do ministro relator Alexandre de Moraes.
