Na manhã desta terça-feira (2), o Ministério Público da Bahia (MPBA) e a Secretaria de Segurança Pública (SSP) deflagraram a Operação Invisíveis para cumprir mandados contra seis policiais militares investigados pela tortura e execução sumária de Edmilson Cruz do Carmo. O crime ocorreu em fevereiro de 2024, dentro da casa da vítima, em Monte Santo, no sertão baiano.
A força-tarefa resultou na prisão temporária de dois militares e no afastamento de outros quatro. Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nas cidades baianas de Euclides da Cunha, Ribeira do Pombal e Monte Santo, além de Aracaju (SE) e Trindade (PE). Entre os locais vasculhados estão as residências dos investigados e sedes da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Nordeste.
Armas, celulares e outros materiais foram recolhidos para exame pericial. A ação contou com a integração de grupos especiais do MPBA, da força correcional da SSP e do Ministério Público dos estados de Sergipe e Pernambuco.
As apurações, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) do MPBA, foram iniciadas após inconsistências nos laudos periciais. As provas colhidas refutaram a versão de “troca de tiros” apresentada pelos agentes, que registraram o caso como “morte por intervenção policial”.
As novas evidências demonstram que a vítima foi torturada e executada em uma ação premeditada por dois dos PMs, dentro de sua própria residência e na presença de um familiar, que também sofreu maus-tratos e ameaças. Não houve perseguição ou resistência por parte de Edmilson.
Os outros quatro policiais investigados são acusados de alterar a cena do crime. Eles teriam removido o corpo, apagado vestígios e apresentado objetos e depoimentos falsos na delegacia para encobrir o homicídio, simulando uma ação legítima.
Os militares respondem por homicídio qualificado e fraude processual. As decisões judiciais foram expedidas pela Vara Criminal de Monte Santo.









