Um surto recente de intoxicações por metanol, substância tóxica encontrada em bebidas alcoólicas falsificadas, tem resultado em mortes e danos graves à saúde no Brasil. O neurologista Dr. Saulo Nader adverte que sintomas comuns podem ser confundidos com mal-estares corriqueiros, mas representam uma emergência médica.
De acordo com o médico, a tontura provocada pelo metanol é distinta da sensação de labirintite. “A tontura causada pela intoxicação por metanol costuma ser diferente da vertigem típica da labirintite. Em vez de sensação de rotação, o paciente sente um mal-estar difuso, acompanhado de muita moleza no corpo, sonolência e enjoo intenso”, explica o especialista.
Sinais de uma Emergência Tóxica
O grande perigo, segundo Nader, está na subestimação dos sinais. “A pessoa pode achar que está com uma ressaca mais forte ou com labirintite, e acaba demorando a buscar atendimento. Isso é perigoso, porque o metanol é altamente tóxico e pode causar cegueira irreversível, comprometimento neurológico, insuficiência renal e até morte”, alerta o neurologista.
A intoxicação é suspeita quando o mal-estar surge após o consumo de bebida e a tontura não é vertiginosa. A sonolência, o enjoo e a prostração são intensos e desproporcionais. Quadros com dor abdominal, vômitos, desequilíbrio, confusão mental e visão borrada reforçam a possibilidade de envenenamento.
“A intensidade dos sintomas é desproporcional. É como se fosse uma ‘mega ressaca’, mas na verdade é um envenenamento. Não dá pra esperar passar, o atendimento médico imediato é fundamental para evitar sequelas graves”, orienta o neurologista.
O tratamento precisa ser urgente e pode envolver o monitoramento de órgãos vitais, correção de acidez no sangue e a administração de etanol intravenoso para bloquear os efeitos do metanol. Em situações mais críticas, a hemodiálise é necessária para filtrar a toxina da corrente sanguínea. A agilidade no diagnóstico e no início do cuidado pode ser a diferença entre a vida e a morte.











