O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), foi enfático ao rejeitar qualquer diálogo para viabilizar a proposta que concede perdão aos responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Em declarações ao Valor Econômico, o parlamentar afirmou que “é contra o projeto da anistia em qualquer hipótese”.
Na entrevista, o petista classificou os episódios que destruíram sedes dos Três Poderes como o “maior ataque à democracia desde 1985” e criticou a possibilidade de a Câmara aprovar a medida, afirmando que, se isso ocorrer, “a classe política pirou”.
O petista negou que sua posição seja motivada por estratégia eleitoral, mesmo que a eventual reabilitação política do ex-presidente Jair Bolsonaro — beneficiado indiretamente pela proposta — possa influenciar as eleições de 2026. “Não estou preocupado com o Bolsonaro ou com os outros envolvidos. Meu foco é a defesa da democracia”, disse.
“Se a casa de alguém for invadida e depredada, vão pedir anistia ou paciência? Aqui, atacaram símbolos da República. Não me importa se Bolsonaro será candidato ou não. Tem quem até ache que ele é o adversário ideal para derrotarmos em 2026”, completou em tom provocativo.