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“Não adianta ser doutor e não ter educação”, diz diarista proibida de esquentar marmita durante trabalho

 “Não adianta ser doutor e não ter educação”, diz diarista proibida de esquentar marmita durante  trabalho

Foto: Reprodução/Redes Sociais

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O que era pra ser um dia completo de trabalho para a diarista, Marcelle Oliveira, 34, só durou até o horário de almoço. Na segunda-feira (27), em uma das suas faxinas, em Ipanema, na Zona Sul do Rio de Janeiro, a trabalhadora foi impedida de esquentar sua própria marmita no micro-ondas da casa onde estava trabalhando.

Ela ouviu do dono da casa que “os aparelhos domésticos eram só para os moradores da casa”.

Moradora de Campo Grande, zona oeste da cidade, Marcelle divide seu tempo entre faxinas e uma confeitaria. Ela já viralizou nas redes sociais em um vídeo onde criticava o ex-presidente, Jair Bolsonaro.

Revoltada com a situação, a diarista compartilhou em seu Twitter o que aconteceu e foi apoiada por seus seguidores que também acharam um absurdo a forma como ela foi tratada. “Não adianta ser doutor e não ter educação e respeito pelos outros”, disse ela.

Em entrevista ao Uol, a confeiteira disse que no momento em foi proibida de esquentar a comida, já tinha limpado três cômodos da casa e na hora só fez se arrumar e ir embora. Ela contou que o proprietário da casa disse que não iria pagar pelo serviço e até hoje realmente não recebeu nenhum pagamento. Marcele não quis revelar a identidade do homem que segundo ela, aparenta ter entre 55 a 60 anos.

“Imagina eu, negra, doméstica, processar um homem branco e doutor que com certeza tem advogado. Não vale a pena, não. Eu publiquei na hora da minha revolta, pra que todos vejam a forma desumana que tem gente que trata os outros.”, desabafou ela.