Museu do Ilê Opô Afonjá terá estrutura e acervo sagrado restaurados

 Museu do Ilê Opô Afonjá terá estrutura e acervo sagrado restaurados

Foto: Betto Jr./ Secom

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O museu Ilé Ohun Lailai, situado no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em São Gonçalo do Retiro, passará por obras de requalificação e terá todo o acervo restaurado pela Prefeitura. As intervenções visam potencializar o espaço, que atualmente enfrenta problemas estruturais e está fechado para visitação ao público, inserindo-o na rota do afroturismo de Salvador.

“Temos um pré-projeto concluído que prevê a troca de telhado, climatização e urbanização para que esse museu seja um espaço para que os turistas, que buscam conhecer mais sobre a cultura negra e sobre ancestralidade, possam conhecer também a história do Opô Afonjá”, explicou o titular da Secult, Pedro Tourinho.

Segundo Tourinho, o orçamento para as obras gira em torno de um R$1 milhão, e a estimativa é que as intervenções sejam iniciadas em setembro. O prazo para conclusão dos serviços estruturais e restauro do acervo deve durar entre seis a sete meses.

O museu Ilé Ohun Lailai surgiu em 1982, mais de sete décadas depois da fundação do Ilê Axé Opô Afonjá, em 1910, por Eugênia Anna dos Santos – Mãe Aninha. O local resguarda exemplares de plantas sagradas catalogadas, além de pertences como cadeiras e vestimentas da fundadora e das quatro sacerdotisas que comandaram o templo: Mãe Bada, Mãe Senhora, Mãe Ondina e Mãe Stella de Oxóssi.

A criação do projeto expográfico e curadoria de conteúdos do lugar serão desenvolvidos com o acompanhamento de Mãe Ana de Xangô, atual ialorixá da Casa. O conceito adotado é tornar o ambiente interno do museu com aspecto similar à gameleira, árvore fortemente presente nos templos religiosos afro-brasileiros, criando um mergulho poético no universo simbólico e histórico do Opô Afonjá.

“Como atual líder religiosa do terreiro, vejo que a requalificação será um marco para a história da cidade para dar continuidade à ancestralidade das iyás que passaram por aqui. Mais do que reabrir para toda a comunidade, para terreiros irmãos, simpatizantes pela religião, estudiosos e pesquisadores, esse novo espaço vai promover um intercâmbio cultural no Brasil e no mundo”, avaliou Mãe Ana de Xangô.