Moradores contestam morte de jovens pela polícia

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Dois jovens, identificados como Gabriel Santana, de 15 anos, e Gabriel Soares, conhecido como “Bololô”, de 17, morreram após serem baleados durante uma operação na Travessa Fonte do Capim, em Salvador, no domingo (16). A versão apresentada pela Polícia Militar indica que houve uma troca de tiros entre os policiais e os suspeitos, mas moradores e parentes contestam essa versão.

Segundo relatos da população, os meninos foram surpreendidos pela polícia, enquanto estavam na rua, sem qualquer envolvimento com atividades criminosas. Moradores afirmam que os dois não estavam armados e foram baleados nas costas. Eles negam que tenha ocorrido troca de tiros, como foi indicado pelas autoridades.

“Meu filho era um bom estudante, não tinha nada a ver com isso. Dormiu na minha casa na noite anterior, eu estava indo para uma reunião com ambulantes, quando aconteceu tudo isso. Meu filho não era traficante nem homicida, ele era um bom menino”, relatou a mãe de Gabriel Santana, abalada.

Parentes de Everton Reis, outro jovem baleado na mesma operação, também acusaram a polícia de injustiça. Segundo eles, Everton estava trabalhando no momento da abordagem e levantou as mãos para mostrar que não estava armado, mas foi morto assim mesmo.

“Não havia razão para isso. Ele estava apenas trabalhando na igreja”, contou um parente.

A comunidade local tem se mostrado revoltada, com protestos e cartazes fazendo referência ao comportamento dos meninos, como “244 não é crime”, uma alusão ao hábito dos jovens de empinar motos, comportamento que a polícia associou a atividades criminosas.

“Ele não era bandido, ele só gostava de empinar a moto, o que era diversão para ele”, afirmou uma moradora.

A cobertura do caso foi realizada pela Band, que noticiou os eventos e a indignação da comunidade. No entanto, a versão apresentada pela população, que questiona a versão oficial da polícia, tem ganhado força. A família de Gabriel Santana, além de contestar as acusações de envolvimento com o crime, também está acusando Marcelo Castro, apresentador do programa Alô Juca, de ter distorcido os fatos em sua cobertura.

Segundo a família, o apresentador teria afirmado, sem provas, que Gabriel e os outros envolvidos eram bandidos, o que gerou ainda mais indignação entre os moradores. A acusação sugere que a veiculação dessa versão, sem a devida confirmação, contribuiu para a difamação dos jovens.

A comunidade aguarda esclarecimentos sobre o ocorrido e pede justiça pelas mortes.

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