Médico que filmou caseiro acorrentado é condenado a pagar indenização de R$ 300 mil por cometer racismo

 Médico que filmou caseiro acorrentado é condenado a pagar indenização de R$ 300 mil por cometer racismo

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Compartilhe

O médico Márcio Antônio Souza Júnior, que filmou um caseiro negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço em uma cidade de Goiás, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 300 mil por crime de racismo. O vídeo foi publicado nas redes sociais e, na época, o médico disse que era uma zoeira.

Em nota, a defesa do médico afirma que ele é inocente e que recorrerá à condenação. “Reitera ser inocente e que não teve qualquer intenção de ofender, menosprezar, discriminar qualquer pessoa ou promover esse tipo de atitude, inaceitável em nossa sociedade. Recorrerá contra essa injusta condenação ao Tribunal de Justiça”, alega.

O crime aconteceu no dia 15 de fevereiro de 2022, na Fazenda Jatobá. O homem filmado trabalhava como caseiro e recebia um salário mínimo para o serviço na fazenda. Conforme investigação, Márcio encontrou os itens na igrejinha da fazenda, colocou no homem, gravou o vídeo pelo celular e publicou nas redes sociais.

“Falei para estudar, mas não quer. Então vai ficar na minha senzala”, disse o médico enquanto filmava o homem acorrentado.

Após a repercussão negativa, o médico publicou outro retratando, em que diz não ter tido a intenção de ofender. “A gente fez um roteiro a quatro mãos, foi como se fosse um filme, uma zoeira. Não teve a intenção nenhuma de magoar, irritar ou apologia a nada. Gostaria de pedir desculpas se alguém se sentiu ofendido, foi uma encenação teatral”, disse.

O caso foi investigado pela Polícia Civil (PC), que indicou o médico por racismo em março de 2022. Nesta segunda-feira (26), a juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, condenou o médico a pagar uma indenização de R$ 300 mil, que será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.