Em discurso na Cúpula do G7, nesta terça-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou a necessidade de a Organização das Nações Unidas (ONU) retomar seu papel central na mediação de crises internacionais. Ele alertou que a falta de liderança global tem agravado conflitos como os da Ucrânia, Gaza e Oriente Médio.
Lula criticou os recentes ataques de Israel ao Irã, afirmando que “ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis”. Sobre a guerra na Ucrânia, reforçou que “só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura”.
O presidente também condenou a violência em Gaza, destacando que nada justifica a “matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra”. Ele cobrou maior ação internacional e lembrou que países como EUA, França e Reino Unido, presentes no G7, têm responsabilidade no Conselho de Segurança da ONU.
Confira a fala de Lula:
“Todos nesta sala sabem que, no conflito na Ucrânia, nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura.
Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra. Ainda há países ainda que resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça.
Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis. No Haiti, a comunidade internacional permanece indiferente ao cotidiano de caos e atrocidades perpetradas pelo crime organizado.
Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças. Mas é patente que o vácuo de liderança agrava esse quadro. Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz.
É o momento de devolver o protagonismo à ONU. É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diálogo.”