O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), usou suas redes sociais na manhã deste sábado (22) para se posicionar sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um texto publicado horas após a Polícia Federal cumprir o mandado de prisão preventiva, o petista defendeu que o ato não deve ser tratado como uma “conquista de um lado sobre o outro”, mas como uma consequência legal para quem desafiou as instituições democráticas.
“O Brasil vive um momento que ecoará por muito tempo. A prisão de um ex-presidente não é espetáculo, nem conquista de um lado sobre o outro. É o reflexo de uma Justiça que responde com firmeza àqueles que desafiaram a democracia e o povo brasileiro”, escreveu Rodrigues.
Em sua fala, o governador fez referência ao clima político dos últimos anos, afirmando que o país viveu um período “tensionado por mentiras, ameaças e ataques às instituições”. Para ele, a decisão do Judiciário envia uma “mensagem direta: há consequências para quem tentou romper com a ordem democrática”.
Jerônimo Rodrigues finalizou seu posicionamento com um tom de reflexão. “Não é hora de comemorar. É hora de lembrar que a democracia exige compromisso com a verdade, com a lei e com o país. Sem dúvida, hoje é um grande dia!”, concluiu.
Contexto da Prisão
A prisão de Jair Bolsonaro foi deflagrada na manhã de sábado pela Polícia Federal, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorre após a convocação, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL), de uma vigília de orações próxima à casa onde o ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto.
Na decisão, Moraes argumentou que a reunião poderia causar tumulto e facilitar uma “eventual tentativa de fuga do réu”. O ministro também citou a verificação de uma tentativa de violação da tornozeleira eletrônica que Bolsonaro era obrigado a usar.
O ministro determinou a realização de uma audiência de custódia por videoconferência neste domingo (23), na Superintendência da PF no Distrito Federal, e que o ex-presidente tenha atendimento médico em tempo integral. Todas as visitas, com exceção de advogados e da equipe médica, deverão ser previamente autorizadas pelo STF.
A defesa de Bolsonaro tentou evitar a prisão preventiva, pedindo a manutenção da prisão domiciliar por motivos humanitários, alegando que o ex-presidente possui “doenças permanentes” que demandam “acompanhamento médico intenso”. O pedido, no entanto, foi negado.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão na ação penal do Núcleo 1 da trama golpista, e ele e os demais réus podem ter as penas executadas nas próximas semanas. A prisão domiciliar de 4 de agosto foi decretada após o descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas pelo STF.










