Hospital realiza neurocirurgia com paciente acordada para retirada de tumor cerebral na Bahia

 Hospital realiza neurocirurgia com paciente acordada para retirada de tumor cerebral na Bahia

Foto: Divulgação/Sesab

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Nesta terça-feira (31), a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), divulgou sobre uma intervenção cirúrgica de alta complexidade e pioneira ocorrida no Hospital Clériston Andrade esta semana. Uma paciente de 24 anos, moradora de Feira de Santana, enfrentou um desafio de saúde, com um tumor cerebral de 8 centímetros de diâmetro. Este tumor ocupava uma área importante do cérebro, responsável pela motricidade, ou seja, sem a cirurgia a paciente poderia ter o comprometimento dos movimentos.

O coordenador da neurocirurgia do hospital, Márcio Brandão, enfatizou a complexidade deste caso. “Essa localização do tumor, se fosse operada pelas técnicas normais, poderia causar danos e/ou um déficit significativo, inclusive com sequelas. Ela poderia ficar com o lado do corpo paralisado, com dificuldades para falar”.

A solução escolhida foi realizar uma cirurgia em que a paciente permanece acordada. O neurocirurgião explicou: “Optamos por fazer uma técnica que aqui no Clériston foi a primeira vez, que ainda está sendo uma novidade na Bahia. Que é acordar o paciente durante uma cirurgia e retirar o tumor com ele acordado. Com isso, a gente consegue interagir com o paciente enquanto é feita a dissecção (extração) do tumor.”

A abordagem cirúrgica realizada permitiu que uma equipe médica monitorasse continuamente a paciente, garantindo que a área vital do cérebro não fosse prejudicada. “Durante o procedimento, conversamos com a paciente e ela respondia as perguntas, fazia contas simples e interagia com a equipe médica. A anestesia utilizada foi projetada de forma que o paciente não sentisse dor e pudesse colaborar com a equipe. À medida que o tumor era retirado, ela lia, conversava e até mesmo olhava imagens em um tablete”, afirmou o médico.

Foto: Divulgação/Sesab

Neste tipo de cirurgia envolve grande número de profissionais. No total, cerca de 12 pessoas, incluindo médicos, enfermeiros e neurofisiologistas, trabalharam em conjunto.

“O sucesso da cirurgia também dependeu do apoio da administração do hospital e da colaboração de toda a equipe multiprofissional do centro cirúrgico. O procedimento, que começou às seis e meia da manhã e terminou às 17h, foi uma demonstração impressionante de trabalho em equipe e tecnologia médica avançada. Foram utilizados equipamentos específicos para esse tipo de cirurgia, como aspirador ultrassônico e neuronavegador, que auxiliaram na extração do tumor. Graças ao comprometimento de todos os envolvidos, a paciente saiu da cirurgia sem sequelas e já teve alta para casa”, disse o Dr. Márcio.