A paralisação dos docentes da rede municipal de Salvador atingiu 60 dias nesta semana, mantendo 135 mil estudantes sem aulas e acirrando o embate entre a categoria e a prefeitura. A principal reivindicação dos educadores é o reajuste salarial conforme o piso nacional de R$ 4.867,77.
Enquanto a gestão municipal alega tentativas de diálogo sem retorno, professores denunciam retenção de salários. Uma educadora, que preferiu não se identificar, relatou ao BNews que “a prefeitura fez cortes no mês passado de quem está na greve. Cortou a metade do salário dos professores. E disse que vai pagar quando acabar a greve, se fizer a reposição”.
O conflito chegou ao Judiciário e o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) declarou a greve ilegal em maio, ordenando o retorno imediato sob multa diária de R$ 15 mil. O STF manteve a decisão, analisada pelo ministro Dias Toffoli após recurso do APLB-Sindicato, que representa a categoria.
Manifestações tomaram as ruas, a Câmara Municipal e até o evento do 2 de Julho, onde o presidente Lula exibiu cartaz pressionando o prefeito Bruno Reis (União Brasil) pelo cumprimento do piso. Com 426 escolas fechadas e 8,4 mil docentes afastados, a crise educacional persiste sem perspectiva de resolução.