Os professores da rede municipal de Salvador decidiram encerrar a greve nesta sexta-feira (18), após mais de dois meses de paralisação. O movimento, iniciado em 6 de maio, foi motivado pela rejeição à proposta salarial da Prefeitura e pela busca por melhores condições de trabalho. A decisão foi tomada em assembleia realizada no Ginásio de Esportes dos Bancários, no Centro da cidade.
Segundo o jornal Correio da Bahia, o acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) e a Prefeitura prevê o pagamento do piso nacional de R$ 4.867,77 para a categoria, conforme anunciado pelo secretário municipal de Educação, Thiago Dantas. No entanto, os detalhes do acordo ainda não foram divulgados. Com a suspensão da greve, espera-se que todas as escolas retomem as atividades na próxima semana.
A Justiça já havia declarado a greve ilegal e ordenado o retorno imediato dos professores às salas de aula, sob pena de ausência ser considerada abandono de função. O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) chegou a multar o presidente da APLB, Rui Oliveira, em R$ 30 mil por dia, além de determinar o bloqueio de bens, por descumprimento da decisão judicial. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) também deu um prazo de 24 horas para que as 35 escolas ainda fechadas retomassem as aulas.
Com dois meses de aulas perdidas, o calendário letivo deverá ser ajustado, possivelmente estendendo-se até janeiro de 2026. A rede municipal de Salvador tem 131 mil alunos em 415 escolas. A Prefeitura afirmou que os reajustes salariais de 2025, que variam de 9% a 18%, superam o reajuste do piso nacional (6,27%). No entanto, os professores alegavam que o valor só era alcançado com a inclusão de bonificações.
Mesmo com o fim da greve, o sindicato afirmou que continuará lutando por melhorias para a categoria. A retomada das aulas encerra um dos maiores impasses educacionais recentes em Salvador, após semanas de negociações tensas e pressão judicial.
