Governador participa de reunião da Comissão de Hidrogênio Verde do Senado para debater sobre marco regulatório
Foto: Mateus Pereira/GOVBA
Nesta sexta-feira (1°), o governador Jerônimo Rodrigues participou de reunião da Comissão de Hidrogênio Verde do Senado, realizado na sede do Senai/Cimatec, no bairro de Piatã, em Salvador. A Comissão de Hidrogênio Verde, presidida pelo senador da República Cid Gomes e com o senador Otto Alencar atuando como relator, teve como objetivo principal promover o debate acerca do marco regulatório, estratégias e ações para a produção em larga escala da tecnologia de geração de energia limpa, por meio do hidrogênio verde.
A Bahia lidera o movimento rumo a uma economia de baixo carbono e na promoção do hidrogênio verde como uma alternativa viável e ecológica para a geração de energia, tendo um importante destaque em diferentes fontes de energias renováveis. “A Bahia já tem um mapa da energia solar, da energia eólica e, nesses próximos dias, apresentaremos um mapa do hidrogênio verde, que aponta o potencial que a Bahia tem tanto na produção, quanto na geração de energia renováveis”, declarou o governador Jerônimo Rodrigues, que ainda pontuou sobre a necessidade de proteger o meio ambiente, baratear a produção que depende do uso de energia intensiva e, acima de tudo, descarbonizar o meio ambiente.
Em suas considerações iniciais, o senador Cid Gomes, enfatizou que a comissão do Hidrogênio Verde tem dentre suas tarefas, a missão de recolher sugestões, conhecer experiências e, principalmente, propor um marco regulatório, para esta que é uma oportunidade para a humanidade, porque é uma tecnologia nova, de geração de energia que contribui para descarbonizar, freando o aquecimento global. “Particularmente, o Nordeste e a Bahia despontam como atores importantíssimos para o mundo, pela possibilidade que têm de geração de energia solar. Se a energia dos ventos é uma energia que geralmente está concentrada na mão de grandes investidores, a energia solar, que é básica para a produção do hidrogênio verde, pode estar na mão do micro e do pequeno produtor”.
O senador Otto Alencar fala da importância desse debate para o futuro da energia limpa no Brasil. “Apresentar um marco regulatório para o hidrogênio verde para o Brasil que é fundamental para que essa produção de hidrogênio possa servir ao mercado interno com a possibilidade também de exportação, que é perfeitamente viável pela matriz energética renovável que já tem no Brasil, sobretudo no Nordeste, que possui grandes fontes de energia eólica e fotovoltáica”, apontou.
Paulo Guimarães, presidente da Comissão Estadual do Hidrogênio Verde, abordou o aproveitamento do potencial da Bahia na geração de energia eólica, solar e de biomassa para a produção de hidrogênio verde. Além disso, enfocou a agregação de valor em toda a cadeia produtiva, incluindo a fabricação de produtos. “As empresas têm se preocupado exatamente com aquilo que é o nosso foco: agregar valor. Não é uma questão de simplesmente produzir o hidrogênio e exportar. Podemos exportar sim, mas a prioridade é exportar produtos que já tenham sido processados aqui. Então, a gente pega o hidrogênio, transforma em combustível, em fertilizante, por exemplo”, explicou Guimarães.
André Oliveira, superintende de Novos Negócios do Senai/Cimatec, pontuou as estratégias e projetos da instituição para a Transição Ecológica, destacando o Mapa de Hidrogênio Verde da Bahia. “O primeiro ponto que a gente buscou foi criar um centro de competência na área de hidrogênio verde, trazendo especialistas renomados no Brasil e no exterior. A partir disso e, numa aproximação com o Governo do Estado, tivemos uma grande oportunidade de criar o conceito do mapa do hidrogênio verde, para identificar os potenciais para produção de hidrogênio verde no estado, mas conectado tanto na exportação desse produto, quanto no adensamento industrial do nosso estado. Isso é fundamental para essa visão de futuro”, enfatizou André Oliveira.
O encontro contou ainda com a participação do senador da República Jaques Wagner, do vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, e do secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE), Ângelo Almeida, além do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, Carlos Henrique Passos, do Diretor de Tecnologia e Inovação do Senai/ Cimatec, Leone Andrade, e do ex-senador e relações Corporativas e Governamentais do Senai/Cimatec, Walter Pinheiro.
A comissão
A Comissão Especial sobre Hidrogênio Verde foi criada no último dia 14 de março, pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, com o propósito de promover o hidrogênio verde como fonte energética no Brasil. Segundo o ato de Pacheco, é fundamental avaliar políticas públicas e priorizar propostas em andamento no Congresso relacionadas ao tema. A comissão funcionará de maneira temporária durante os anos de 2023 e 2024, com a missão de impulsionar a transição para uma matriz energética mais sustentável no país.
O que é hidrogênio verde
O hidrogênio verde é uma fonte de alta densidade energética e de carbono nulo, produzido a partir de fontes renováveis: eólica, solar, hidráulica, biomassa ou biogás. De acordo com as projeções da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena), feitas em 2019, a fonte poderá representar 18% de toda energia consumida globalmente e se tornará competitivo, em relação ao de origem fóssil, antes de 2025.
Nível Brasil
O investimento na produção de hidrogênio verde pode fazer o Brasil ser protagonista em um dos principais vetores de matriz energética do planeta. O país tem um grande potencial para a produção de hidrogênio verde, tanto com energia solar quanto eólica. A cadeia do hidrogênio tem o potencial de gerar milhares de novos empregos até 2030.
É uma oportunidade histórica. O hidrogênio verde talvez seja a maior oportunidade econômica da História do Brasil.
Regulação
A projeção é que o uso do hidrogênio verde possa significar uma redução de até 8,4 milhões de toneladas de carbono no estado até 2040. O Brasil tem mercado interno interessado no hidrogênio verde e necessita de uma rápida regulação do setor.