General admite autoria de plano para matar Lula e Moraes

Foto: Antonio Augusto/TSE

O general da reserva Mario Fernandes admitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24) ser o autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes. Ex-integrante do governo Bolsonaro, o militar classificou o documento como “um estudo de situação” e negou tê-lo compartilhado.

Durante interrogatório, Fernandes afirmou que o arquivo era “um compilar de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e por costume próprio resolvi digitalizar”. Ele confirmou ter impresso o material, mas alega tê-lo destruído após a leitura.

Trajetória militar e vínculos golpistas

Com carreira iniciada em 1983 na Aman, o general comandou o Comando de Operações Especiais (os “kids pretos”) entre 2018 e 2020. Após assumir cargos no governo Bolsonaro, participou de reuniões no Planalto que discutiam estratégias para manter o ex-presidente no poder. Relatórios da Polícia Federal o apontam como um dos “nomes mais radicais” nos acampamentos golpistas pós-eleição.

Detalhes do plano

Investigadores revelaram que o grupo – majoritariamente formado por militares das Forças Especiais – planejava envenenar as vítimas em dezembro de 2022. O esquema incluía a criação de um “Gabinete de Crise” e uso de armamento pesado. Três cópias teriam sido impressas no Planalto, com Bolsonaro e Mauro Cid no Alvorada durante o processo.

Vínculo com Bolsonaro

A PGR questionou as múltiplas impressões, mas Fernandes atribuiu o fato a “configuração da impressora”. Delações indicam que o ex-presidente tinha “pleno conhecimento” do plano, e Cid citou o general como um dos principais incentivadores de ações golpistas em 2022.

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