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Festa da Boa Morte segue até quinta-feira (17) em Cachoeira

 Festa da Boa Morte segue até quinta-feira (17) em Cachoeira

Foto: Divulgação/IPAC

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De 13 a 17 de agosto, é tradicionalmente realizada a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte na cidade de Cachoeira, no recôncavo baiano. A manifestação religiosa, com mais de dois séculos de existência e registrada como Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, conta com uma vasta programação, que atrai a atenção de milhares de baianos e turistas, para celebrar a liberdade do povo negro, a resistência da mulher negra, a religiosidade e a cultura afro-brasileira.

A festa é promovida pela Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte de Cachoeira, formada por mulheres negras descendentes de escravizados, e conta com o apoio do Governo do Estado, através das secretarias de Cultura (SecultBA), por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), e de Turismo (SeturBA).

As festividades a Nossa Senhora da Boa Morte remontam às realizadas em louvor a Nossa Senhora D’Agosto desde o século XIX. Neste período, em Salvador, havia uma devoção constituída sob a invocação de Nossa Senhora da Boa Morte, localizada na Igreja da Barroquinha, até a década de 1820, quando da sua transferência para a cidade de Cachoeira, onde alguns historiadores afirmam ter sido fundada a Irmandade da Boa Morte. Confraria religiosa afro-católica, sua origem foi responsável pela alforria de inúmeros escravos. A Irmandade é formada por mulheres negras, com mais de 40 anos, e está intrinsecamente ligada a vida e a morte. Seus símbolos (cajado, tocha e brasão), indumentárias, comidas e rituais fazem menção a essa passagem do Aiyê (mundo físico) ao Orum (mundo espiritual).

Patrimônio Imaterial da Bahia

A Festa da Boa Morte está inscrita no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC). O Registro Especial da Festa da Boa Morte (Decreto Estadual 12.227/2010) passou pelo processo de Reavaliação para Revalidação do título de patrimonialização sob nº 0607170013613 de 20/07/17, tendo a conclusão do seu Relatório aprovado pelo Conselho Estadual de Cultura, na 1ª Sessão Ordinária da Câmara de Patrimônio no dia 21/10/2021.