Fecombustíveis esclarece composição dos preços e rebate críticas sobre alta nos combustíveis
- 18 de fevereiro de 2025

Foto: Divulgação/Freepik
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis) divulgou um comunicado para esclarecer os fatores que influenciam os preços dos combustíveis no Brasil. O objetivo é rebater críticas de que os postos seriam os principais responsáveis pelos altos valores repassados aos consumidores.
De acordo com a entidade, que representa cerca de 45 mil postos em todo o país, o preço final dos combustíveis resulta de diversos fatores, como tributação federal e estadual, custos nas refinarias, adição de biocombustíveis e margens de distribuição e revenda.
Peso dos tributos no preço final
A Fecombustíveis destacou que a carga tributária tem um impacto significativo no valor final dos combustíveis. Entre os impostos federais incidentes estão o PIS/Cofins, de R$ 0,69 por litro, e a CIDE, de R$ 0,10 por litro. Já o ICMS, tributo estadual, sofreu reajuste em 1º de fevereiro, elevando ainda mais os preços:
- Gasolina e etanol: aumento de R$ 0,10 por litro, totalizando R$ 1,47.
- Diesel e biodiesel: acréscimo de R$ 0,06 por litro, chegando a R$ 1,12.
Esses tributos representam uma parcela considerável do valor pago pelo consumidor final.
Cadeia de distribuição e composição dos preços
Outro ponto enfatizado pela Fecombustíveis é a complexidade da cadeia de comercialização de combustíveis. As refinarias vendem os produtos exclusivamente para as distribuidoras, que, por sua vez, repassam aos postos revendedores.
A gasolina, por exemplo, sai das refinarias em sua forma pura e recebe a adição de 27% de etanol anidro nas distribuidoras antes de ser vendida nos postos como gasolina C. Já o diesel passa por um processo semelhante, sendo misturado com 14% de biodiesel antes da comercialização.
A entidade também divulgou a composição dos preços médios dos combustíveis no Brasil:
Gasolina
- Preço nas refinarias: R$ 2,21 por litro (34,7% do valor total).
- Tributos federais e estaduais: R$ 2,16 por litro.
- Parcela do etanol anidro: R$ 0,88 por litro (13,8% do valor final).
Diesel
- Preço nas refinarias: R$ 3,03 por litro (46,8% do total).
- Tributos federais e estaduais: R$ 1,44 por litro.
- Parcela do biodiesel: R$ 0,85 por litro (13,2% do custo total).
Recentemente, a Petrobras também aumentou em R$ 0,22 o preço do litro do diesel para as distribuidoras, elevando ainda mais os custos ao consumidor.
Margem de lucro e impacto no setor
A Fecombustíveis ressaltou que a margem bruta de distribuição e revenda gira em torno de 15%, sem considerar os custos com frete. Dessa margem, os postos precisam arcar com despesas como salários, encargos sociais, aluguéis, contas de água e energia, entre outros.
O setor de revenda de combustíveis é um dos que mais empregam no Brasil, gerando cerca de 900 mil postos de trabalho. Além disso, a arrecadação de impostos sobre os combustíveis representa uma importante fonte de receita para estados e para a União.
Diante desses fatores, a Fecombustíveis reforça que a alta nos preços não pode ser atribuída exclusivamente aos postos revendedores. A carga tributária elevada, os reajustes da Petrobras e a complexidade da cadeia de distribuição são os principais fatores que impactam os valores cobrados nas bombas.