Exportações baianas têm queda de 1,2% em abril
Nova queda no volume exportado (-18,5%), principalmente de derivados de petróleo, celulose e soja, comprometeram o resultado das vendas externas no mês passado (abril), que somaram US$ 773,6 milhões, com recuo de 1,2%, comparado a igual mês do ano anterior. Os preços, em média, subiram pelo quarto mês consecutivo no ano. Em abril, o aumento foi de 21,3%, no comparativo interanual. Os melhores preços obtidos no mês, entretanto, não compensaram a queda do quantum.
As informações são da análise da equipe da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
No acumulado dos quatro meses do ano, as exportações apontam estabilidade, com pequeno recuo de 0,2%, comparado a igual período de 2023, alcançando US$ 3,337 bilhões contra US$ 3,344 bilhões no quadrimestre do ano anterior. Apesar de a participação ser pequena no total da pauta (13,6%), o principal destaque pelo lado das exportações no quadrimestre é a quantidade dos embarques de produtos da indústria extrativa que chegou a crescer 60,1%, principalmente de minério de cobre, magnesita e rochas ornamentais.
As exportações agropecuárias, com montante de US$ 293,2 milhões em abril, caíram 2,7%, sempre em relação ao mesmo período do ano anterior. A indústria extrativa foi o destaque do mês com vendas de US$ 153,2 milhões, alta de 86,3%, puxada tanto pelo aumento do volume embarcado em 72% (minério de cobre, magnesita e granito), quanto pelos preços, que subiram em média 86% no comparativo interanual. Já a indústria de transformação teve queda de 18,7%, com vendas de US$ 318,9 milhões.
As exportações para China, principal destino dos produtos baianos (21,8% de participação) caíram 18,7% em abril em relação ao mesmo mês do ano anterior. Já as vendas totais para a Ásia subiram 0,68%. Na mesma base de comparação, as vendas para a América do Norte e Mercosul subiram 41% e 34% respectivamente. Para a União Europeia caíram 19,2%.
Para os próximos meses, diversos organismos internacionais como a OCDE, FMI e OMC alertaram sobre os riscos ao comércio causados por tensões geopolíticas, conflitos regionais e incertezas econômicas, com os governos se concentrando na segurança nacional, autossuficiência e apoio às empresas domésticas.
Por outro lado, as projeções para 2024 são de crescimento do comércio global à medida que a inflação diminui e a economia dos EUA continua em expansão, juntamente com a China, que permanece com sua economia com projeção de crescimento ao redor de 5%, ajudando a impulsionar a atividade.
IMPORTAÇÔES
As importações continuam registrando recuperação. Pelo terceiro mês consecutivo, há crescimento nos desembarques (18,8% em abril), o que refletiu nos desembolsos, que cresceram 9,2% (US$ 977,4 milhões), a despeito da redução dos preços médios em 8% no comparativo interanual.
Os combustíveis e os bens de capital (máquinas e equipamentos) se destacaram em abril com alta de 19,7% e 16,8% no valor das importações. Bens intermediários cresceram apenas 1,3% no valor desembarcado. Esse fraco desempenho das compras de bens intermediários (insumos e matérias primas para indústria) reflete o desempenho da atividade industrial que nos últimos doze meses andou de lado, com crescimento de tão somente 0,1%.
BALANÇO
No quadrimestre, as exportações baianas atingiram US$ 3,34 bilhões, com queda de 0,17% no comparativo interanual. As importações acumularam despesas de US$ 3,16 bilhões, com queda de 7,52%. Com isso, o saldo da balança comercial do estado atingiu US$ 176,72 milhões, contra um déficit de US$ 74,37 milhões no mesmo período do ano passado. Já a corrente de comércio (soma de exportações e importações) teve redução de 3,89% alcançando US$ 6,50 bilhões.