Trechos de conversas de WhatsApp e documentos recuperados pela Polícia Federal (PF) mostram que a relação entre Jair Bolsonaro (PL) e o filho Eduardo Bolsonaro (PL) passa por momentos de forte tensão. O conteúdo faz parte do relatório que levou ao indiciamento dos dois por tentativa de golpe de Estado e coação no curso do processo.
Nas mensagens, Eduardo demonstra irritação após uma entrevista do pai ao portal Poder360, na qual o ex-presidente o chamou de “imaturo” por críticas feitas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Revoltado, o deputado federal licenciado respondeu:
— “Eu ia deixar de lado a história do Tarcísio, mas graças aos elogios que você fez a mim no Poder360 estou pensando seriamente em dar mais uma porrada nele, para ver se você aprende”.
Em outro trecho, Eduardo parte para ofensas diretas contra o pai:
— “Me fudendo aqui! Você ainda me ajuda a me fuder aí! (…) Se o IMATURO do seu filho de 40 anos não puder encontrar com os caras aqui, PORQUE VOCÊ ME JOGA PRA BAIXO, quem vai se fuder é você. E vai decretar o resto da minha vida nesta porra aqui. VTNC seu ingrato do c…”.
A PF destacou que as mensagens evidenciam “intenção criminosa” de Eduardo, ao tentar proteger o pai de uma eventual condenação.
Em outro momento da conversa, o deputado também ataca Tarcísio:
— “Agora ele quer posar de salvador da pátria. Se o sistema enxergar no Tarcísio uma possibilidade de solução, eles não vão fazer o que estão pressionados a fazer. E pode ter certeza, uma ‘solução Tarcísio’ passa longe de resolver o problema, vai apenas resolver a vida do pessoal da Faria Lima”.
O relatório com os diálogos foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o processo segue em tramitação.