A economia da Bahia registrou uma desaceleração no segundo trimestre de 2025, com um crescimento de 0,3% frente aos três meses anteriores, de acordo com a Carta de Conjuntura divulgada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI). O resultado foi sustentado pelo excelente desempenho do setor agrícola e pela significativa geração de empregos formais, que atenuaram os impactos negativos de setores como a indústria e os serviços.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) estadual cresceu 2,1%, taxa próxima à observada para o Brasil, que foi de 2,2%. O cenário nacional de juros elevados, inflação acima da meta e incertezas externas impactaram a confiança de empresários e consumidores.
O setor industrial baiano, formado por extração e de transformação, recuou 1,2% no segundo trimestre ante o primeiro, quando havia expandido 3%. No primeiro semestre, o crescimento do setor ficou em apenas 0,7% na comparação com 2024.
O comércio varejista no estado sentiu os reflexos da política monetária contracionista, da inadimplência e do endividamento das famílias. Apesar disso, as vendas apresentaram alta de 3,4% na comparação com o trimestre anterior. Já o volume de serviços recuou 2% frente ao segundo trimestre de 2024, interrompendo uma sequência de aceleração iniciada em 2021.
Em contraste, a agropecuária foi destaque, com a produção de grãos estimada em mais de 12,8 milhões de toneladas, uma expansão de 12,7% em relação à safra anterior.
O mercado de trabalho em expansão foi um dos pilares do desempenho econômico. Foram criados 35.229 novos postos formais no período, elevando o total de vínculos ativos para 2,202 milhões. Esse movimento contribuiu para que a taxa de desocupação caísse para 9,1%, a menor para um segundo trimestre desde o início da série histórica.
A análise setorial mostra dinâmicas distintas: enquanto serviços (0,7%) e agropecuária (10,1%) avançaram, segmentos industriais mais sensíveis, como a construção civil, tiveram desempenho modesto. A expectativa é que a manutenção dos fatores positivos, como o bom momento do emprego e as transferências de renda, seja crucial para conter uma desaceleração mais intensa nos próximos trimestres.











