Disbiose: especialista explica sobre causas e tratamento de doença
Nesta segunda-feira (29) é comemorado o Dia Mundial da Saúde Digestiva. A data ressalta a importância de cuidar do intestino para evitar a ‘disbiose’, desequilíbrio na microbiota intestinal que pode causar inflamação e prejudicar a capacidade do intestino de absorver nutrientes, contribuindo para deficiências nutricionais. A principal causa da disbiose é a alimentação rica em ultraprocessados, proteína animal, gordura hidrogenada e pobre em fibras.
“Uma alimentação inadequada, por exemplo, com a ingestão de alimentos ultraprocessados (aqueles com ingredientes feitos apenas artificialmente), corante, acidulantes, conservantes, é um dos grandes fatores que levam a esse desequilíbrio. O estresse, uso frequente de antibióticos, laxantes, corticoides, consumo de álcool, alteração na produção de ácido do estômago também têm papel importante para essa mudança na seleção bacteriana”, explica a médica Adriane Barreto, que integra a equipe multidisciplinar da Neuro Integrada.
Esse desequilíbrio pode causar uma série de sintomas, como por exemplo, náuseas, diarreia, constipação, abdome distendido, gases, azia, dor de estômago ou intestinal, entre outros. “Uma das formas de disbiose, desse desequilíbrio das bactérias é o Supercrescimento Bacteriano no Intestino Delgado, que ocasiona um excesso de fermentação gerado pelas bactérias e toda essa fermentação gera gás que, por consequência, provoca sintomas”.
Em alguns casos a melhora dos sintomas pode ser alcançada através de mudanças do estilo de vida, com uma dieta equilibrada ou com o uso de suplementos probióticos, devidamente orientados por um gastroenterologista ou nutricionista. Quando ocorre por muito tempo e não é tratada, a disbiose pode aumentar o risco de o paciente desenvolver intolerância à lactose, doença celíaca ou síndrome do intestino irritável.
O diagnóstico pode ser feito em várias etapas. “Colhendo as queixas dos pacientes podemos levantar as hipóteses de um desequilíbrio, examinando a pessoa também é possível palpar, avaliar o inchaço do abdome, se ele está produzindo um tipo de som específico que sinaliza excesso de gás”, detalha a especialista citando um exame complementar que pode fazer toda diferença no diagnóstico.
Teste do Hidrogênio Expirado para diagnosticar Supercrescimento Bacteriano
Trata-se de um exame simples, não invasivo, feito para identificar a presença de gases produzidos pelas bactérias do intestino a partir da análise do ar expirado. “O resultado da fermentação é a produção de um gás, o hidrogênio, que o paciente libera através da respiração. Assim, conseguimos avaliar o nível de fermentação de acordo com o tempo, e saber exatamente se o excesso de bactérias tem ocorrido em um local do intestino que não era o desejado”, explica Barreto.