Dia Mundial sem Tabaco: INCA E Ministério da Saúde lançam campanha

 Dia Mundial sem Tabaco: INCA E Ministério da Saúde lançam campanha

Foto: Reprodução/Internet

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Com o tema “Proteção das Crianças contra a Interferência da Indústria do Tabaco”, a campanha de 2024 foi lançada nesta quarta-feira (29). Com uma linguagem acessível, a campanha visa conscientizar e alertar sobre o uso do tabaco, além de chamar a atenção das novas gerações.

“O Dia Mundial Sem Tabaco de 2024 destaca a proteção das crianças contra a influência prejudicial da indústria do tabaco. Focar nas crianças é crucial, pois são especialmente vulneráveis e representam o futuro. Ao educá-las e fortalecê-las contra a pressão do tabagismo, investimos na saúde de amanhã. Além disso, ao envolver as crianças, impactamos suas famílias e comunidades, ampliando nosso alcance na prevenção do tabagismo”, ressalta o diretor-geral do INCA, Roberto Gil.

Sendo o produto mais consumido no país em qualquer uma de suas formas, o tabaco não apenas prejudica quem o utiliza, mas também aqueles que estão ao redor, inalando a fumaça, que traz inúmeros malefícios para a saúde, agravando doenças como tuberculose e infecções respiratórias.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) e dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maioria dos adultos fumantes no Brasil iniciou o consumo de tabaco antes dos 19 anos, enquanto 21% dos alunos matriculados no 9º ano já experimentaram cigarro pelo menos uma vez na vida.

Os cigarros eletrônicos, que vêm sendo utilizados como alternativa aos tradicionais, também representam uma ameaça, pois contêm tabaco em sua composição, além de veicularem informações enganosas pela indústria do tabaco. Uma pesquisa realizada no ano de 2019 pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelou que mais de 17% dos estudantes com idades entre 13 e 17 anos já experimentaram o cigarro eletrônico, sendo 13,6% na faixa etária de 13 a 15 anos e 22,7% na faixa de 16 e 17 anos, com predominância entre os homens.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proíbe a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF). A decisão veio por meio da RDC Nº 855 de 23/04/2024, que aprimorou a regulamentação anterior (RDC n.º 46/2009), que já proibia a comercialização, importação e propaganda de quaisquer DEF no Brasil.

FOTO:  Rafael Nascimento

Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), como os cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecido, contêm nicotina e outras substâncias tóxicas em suas emissões, prejudicando tanto os usuários quanto aqueles expostos aos aerossóis. Mesmo os produtos que afirmam não conter nicotina podem conter essa substância, sendo prejudiciais.

A nicotina causa dependência e pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando na aprendizagem e saúde mental. O consumo de tabaco é um importante fator de risco para várias doenças, incluindo câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias. Estudos sugerem que o uso de DEFs pode aumentar o risco de doenças cardíacas e pulmonares, enquanto a exposição à nicotina durante a gravidez pode prejudicar o desenvolvimento cerebral do feto. A exposição acidental de crianças aos líquidos dos cigarros eletrônicos também representa riscos graves.