Em coletiva nesta quarta-feira (29), o governador Cláudio Castro (PL) reafirmou seu apoio à Operação Contenção, realizada ontem no Complexo da Penha e Morro do Alemão. Ele classificou a ação, considerada a maior da história das polícias fluminenses, como um “duro golpe” na criminalidade. A declaração ocorre enquanto moradores da região atingida localizam dezenas de corpos nas matas.
Castro foi enfático ao restringir o número de vítimas. “De vítima, ontem, lá, só tivemos os policiais”, disse o governador, referindo-se aos quatro agentes mortos em confrontos. Sobre o resultado geral, afirmou: “Não vamos ficar chorando, ajudaram ou não ajudaram. Não dá para contar com apoio, a gente fez a nossa operação e foi um sucesso. Tirando a vida dos policiais, o resto da operação foi um sucesso”.
“A maior operação da história das polícias. Muitos ensinamentos foram tirados. Ontem, pode ter sido o início de um grande processo no Brasil. Temos convicção que temos condições de vencer batalhas. Mas sozinhos não temos condições de vencer essa guerra. Guerra contra um poder bélico e financeiro”, declarou.
Ele também fez um apelo por união, evitando, segundo ele, polarização. “Quem quiser somar com o Rio de Janeiro nesse momento no combate à criminalidade é bem-vindo. Os outros, que querem fazer politicagem, nosso recado é: suma. Ou soma ou suma. Não entraremos nessa armadilha de ficar querendo polarizar ou politizar uma das maiores ações que já houve”, declarou. Castro mencionou contato com outros governadores e a expectativa de uma integração com o governo federal.
Mortos são localizados por moradores
Enquanto o governo estadual divulga seu balanço, uma cena distinta se desenrola no Complexo da Penha, na zona norte. Moradores levaram ao menos 70 corpos para a praça São Lucas durante a madrugada. Os corpos foram encontrados na mata entre os complexos do Alemão e da Penha, palco da operação.
De acordo com o presidente da associação de moradores local, Eriberto Leão, 64 cadáveres já haviam sido retirados da mata até as 10h da manhã, e outros seis foram transportados por uma kombi para o Hospital Getúlio Vargas. Somados aos óbitos oficialmente confirmados, o total de mortos ultrapassa a marca de uma centena. A operação policial tinha como objetivo preender integrantes do Comando Vermelho na região.










