O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (18) que seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL), não teve qualquer participação na articulação do ‘tarifaço’ com o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A declaração foi dada após o político colocar uma tornozeleira eletrônica na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.
“Ele não articulou pró-tarifaço. A tarifa de 50% foi do presidente dos Estados Unidos”, disse Bolsonaro, destacando que o deputado mantém boas relações com o Parlamento americano e membros da Casa Branca. O ex-mandatário também reagiu às medidas cautelares impostas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, classificando-as como “suprema humilhação”.
“A suspeita [de fuga] é um exagero. É a quarta busca e apreensão contra mim”, afirmou. “Que provas têm contra mim? O que há são apenas suposições”, questionou, reforçando que não há evidências concretas. Bolsonaro ainda desdenhou da ideia de que o Congresso americano agiria contra a democracia brasileira: “Pelo amor de Deus”.
Decisão do STF
Na ordem que determinou a tornozeleira e a busca na residência do ex-presidente, Moraes citou que as ações de Bolsonaro configuram, em tese, três crimes. “A conduta do réu JAIR MESSIAS BOLSONARO, em tese, caracterizadora dos crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania, é tão grave e despudorada que na data de hoje (17/7/2025), em entrevista coletiva, sem qualquer respeito à Soberania Nacional do Povo brasileiro, à Constituição Federal e à independência do Poder Judiciário, expressamente, confessou sua consciente e voluntária atuação criminosa na extorsão que se pretende contra a Justiça brasileira, CONDICIONANDO O FIM DA ‘TAXAÇÃO/SANÇÃO’ À SUA PRÓPRIA ANISTIA”, pontua o magistrado.