Bolsonaro movimentou R$ 30,5 mi em 2 anos, aponta PF

Foto: Antônio Augusto/STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) movimentou R$ 30,5 milhões em contas bancárias entre março de 2023 e junho de 2025, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que serviu de base para o inquérito da Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento de Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O documento registra cerca de 50 comunicações de movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente, seu filho e a esposa Michele, incluindo transferências internacionais e repasses significativos entre contas familiares.

Entre os destaques, estão a transferência de R$ 2 milhões para custear a estadia de Eduardo nos Estados Unidos, R$ 2 milhões enviados à conta de Michele Bolsonaro, e uma operação de câmbio de R$ 1,6 milhão para uma conta no banco Wells Fargo, nos EUA, realizada por Eduardo com origem declarada de doação do pai. A PF aponta que algumas dessas operações foram omitidas por Bolsonaro em depoimentos prestados durante as investigações.

O relatório também indica que Bolsonaro gastou R$ 6,6 milhões com escritórios de advocacia, enquanto outros recursos movimentados apresentam indícios de lavagem de dinheiro ou de práticas ilícitas, de acordo com a análise da PF. As movimentações financeiras, embora não confirmem ilegalidades, reforçam o entendimento dos investigadores de que houve tentativa de coação e restrição ao exercício de poderes constitucionais, conforme apontado no inquérito que envolve a tentativa de golpe de Estado.

O caso segue em apuração no Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá analisar os indícios e possíveis desdobramentos legais para os envolvidos.

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