O boletim de ocorrência do caso envolvendo o deputado cassado Marcell Moraes e sua ex-companheira contradiz a versão apresentada pelo político sobre sua prisão por violência doméstica. Enquanto ele alega que o episódio envolve uma disputa por seu macaco de estimação, o registro descreve em detalhes agressões, ameaças e danos cometidos contra sua ex-companheira na noite de sexta-feira (12), no condomínio de luxo Porto Trapiche, no Comércio, em Salvador.
De acordo com o documento, a vítima, identificada como Raissa Macedo, relatou que Moraes se exaltou durante uma conversa sobre o fim do relacionamento, passou a xingá-la e a ameaçou, dizendo que ela não ficaria com mais ninguém. O boletim também registra atos de destruição patrimonial, como o arremesso do celular da mulher ao mar e a depredação do carro dela, com pneu esvaziado, porta amassada e limpador quebrado. O ex-parlamentar foi preso em flagrante.
As condutas foram formalmente enquadradas como ameaça, injúria e dano. Na delegacia, Moraes teria resistido à condução para a Casa da Mulher Brasileira e tentado impedir o registro da ocorrência, oferecendo uma transferência de R$ 25 mil à vítima, que recusou o valor.
O ex-deputado havia utilizado as redes sociais sábado (13) para negar a prisão e apresentar uma narrativa diferente. Em live, afirmou que o fato está ligado à suspeita de maus-tratos a seu macaco, Alcebíades, que está com a ex-sogra.
“Registrei um boletim de ocorrência por maus-tratos. Hoje, Alcebíades será resgatado com o apoio dos órgãos competentes. O Ibama fará o resgate do animal, que será encaminhado imediatamente para uma clínica veterinária”, disse. “As medidas legais cabíveis serão tomadas contra a pessoa responsável pelos maus-tratos. O ocorrido se resume a isso”, disse na ocasião.
