Bahia registra 34 mil denúncias em 2024, com crianças e idosos entre as principais vítimas
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Foto: Fachada CEPI-BA/Street View
Em 2024, a Bahia contabilizou 34.026 denúncias de violações de direitos humanos, segundo dados divulgados pelo Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, vinculada ao Ministério de Direitos Humanos. O número foi registrado através do canal Disque 100 e aponta um cenário alarmante, com 233.523 violações documentadas em todo o país.
O estado ocupa o 5º lugar no ranking nacional de denúncias, atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. As vítimas mais vulneráveis, conforme os dados, são crianças, adolescentes e idosos. As violações contra crianças e adolescentes somam 14.050 denúncias, correspondendo a 34,8% do total. Já as denúncias de violência contra idosos totalizam 8.419 casos, ou 20,87%.
Além dessas, a violência contra mulheres também é um problema crescente, com 4.445 casos registrados, o que representa 18,4% do total. A violência contra pessoas com deficiência teve 5.198 denúncias (12,89%), enquanto a violência contra a população LGBTQIA+ foi registrada em 631 casos (1,56%).
Entre os cenários de violação, a casa da vítima, onde o agressor geralmente mantém um vínculo familiar ou íntimo, é o local mais comum, com 14.580 denúncias. Seguem em relevância as situações em que as violências ocorrem na casa do suspeito (1.588 denúncias), na via pública (892) e em instituições de ensino (793).
O perfil das vítimas mostra que as mulheres são as mais atingidas, representando 59,3% das denúncias. Em relação à faixa etária, os casos se concentram principalmente em pessoas de 40 a 44 anos, seguidas pelas faixas de 35 a 39 anos e 80 a 84 anos.
A desigualdade racial também é um fator determinante nas violações. Pessoas pardas foram vítimas em 15.464 casos, seguidas por vítimas brancas (7.704) e pretas (6.940). A cor ou raça não foi definida em 3.745 denúncias.
Esses dados reforçam a urgência de políticas públicas voltadas para a proteção de grupos vulneráveis e a garantia dos direitos humanos no estado, em um contexto onde a violência doméstica e familiar permanece como um dos maiores desafios.