A venda de áreas verdes pela Prefeitura de Salvador, sob gestão de Bruno Reis (União Progressista), tem gerado polêmica e mobilizado artistas e movimentos sociais. O que chama a atenção, porém, é que muitos dos terrenos comercializados nas gestões de Bruno e de seu antecessor, ACM Neto (União Progressista), foram adquiridos por empresários próximos ao grupo político que governa a cidade.
De acordo com informações apuradas pelo site Política Ao Vivo, nos últimos dez anos, o empresário João Gualberto (PSDB), dono da rede de supermercados Hiperideal e ex-prefeito de Mata de São João, foi o que mais adquiriu terrenos públicos em Salvador. Ele comprou nove dos 39 imóveis leiloados pela Prefeitura desde 2014, gastando mais de R$ 34 milhões.
As aquisições foram feitas por meio da Atual Participações, empresa de sua família, e em parceria com a 4 Estações Empreendimentos. Entre os terrenos adquiridos estão um no bairro Itaigara (R$ 21 milhões, em 2017); em Piatã (10 mil m² por R$ 9,5 milhões, em 2019); e no Caminho das Árvores (seis lotes totalizando 2,2 mil m² por R$ 3,6 milhões, em 2021).
Outro nome de destaque é Teobaldo Costa, dono da rede Atakarejo e filiado ao União Brasil. Ele adquiriu dois terrenos pagando apenas o lance mínimo: R$ 85 mil e R$1,3 milhão por áreas que somam cinco mil metros quadrados.
Repercussão e mobilização
A venda de áreas verdes em bairros como Barra, Imbuí e Patamares tem causado forte reação de moradores e celebridades, com protestos e campanhas nas redes sociais. A Prefeitura alega que os recursos são reinvestidos em obras públicas, mas críticos questionam a transparência e os critérios das vendas.