Acusado de golpe, Marcelo Castro volta a pedir doação via Pix

Foto: Reprodução, redes sociais

O apresentador Marcelo Castro, acusado de compor uma organização criminosa que desviou mais de R$ 500 mil em doações via Pix, voltou a pedir dinheiro para pessoas carentes durante seu programa na TV Aratu. A atitude, registrada na última sexta-feira (21), ocorre dois anos após o escândalo do “golpe do Pix” na Record Bahia e gerou reação do Ministério Público e da Record TV.

No novo pedido de doação, Castro exibiu a chave Pix de uma idosa do bairro do Lobato, em Salvador, que perdeu móveis em uma enchente. Ele afirmou ter conseguido mobílias novas para a senhora. A emissora concorrente e o MP enviaram as imagens da solicitação e requerem uma apuração da campanha. Para a Record, a ação é considerada uma afronta ao processo judicial em andamento.

Marcelo Castro responde na Justiça baiana por comandar, supostamente, um esquema que desviou valores doados por telespectadores do Balanço Geral Bahia, da Record, entre 2022 e 2023, época em que era repórter do programa. Conforme as investigações, o grupo se apropriou de R$ 407,1 mil (75% do total de R$ 543 mil arrecadados). Desse montante, R$ 146,2 mil teriam ficado com o comunicador e R$ 145,7 mil com Jamerson Oliveira, ex-editor-chefe do programa, que hoje trabalha com ele na Aratu.

A acusação detalha que a fraude operava com a exibição de chaves Pix de “laranjas” durante a atração. A maior parte do valor arrecadado era retida pelo grupo, sendo repassada apenas uma pequena quantia aos beneficiários reais. O caso veio à tona em março de 2023, após uma doação de R$ 70 mil feita pelo jogador Anderson Talisca. Um assessor do atleta identificou que a chave fornecida por Castro era diferente da que havia sido exibida no ar. A verba era destinada a um bebê de um ano com câncer, que faleceu semanas depois.

Em março, o apresentador foi condenado em primeira instância a indenizar a Record em R$ 10 mil por danos à imagem. O julgamento criminal do caso foi adiado na semana passada, sob alegação de falta de espaço no Tribunal de Justiça da Bahia, decisão que foi criticada publicamente pela emissora e pelo MP. Os acusados negam qualquer envolvimento no suposto esquema.

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