Vereadores da oposição na Câmara Municipal de Salvador criticaram o anúncio feito pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) de um novo reajuste na tarifa de ônibus para 2026. De acordo com a líder do bloco na Casa Legislativa, Aladilce Souza (PCdoB), o anúncio ocorre logo após a aprovação, pela base aliada do gestor, de um subsídio de R$ 67 milhões às empresas do setor.
A vereadora classificou a decisão como uma “postura autoritária”, por desconsiderar o Legislativo e os órgãos de controle. “É um absurdo esse anúncio agora, na véspera da virada do ano, com a Câmara em recesso”, protestou. “O povo contribui com os impostos para pagar o subsídio ao transporte e ainda arca com o aumento. Quer dizer, o povo está sendo penalizado duplamente”.
Ela questionou o destino do subsídio aprovado e cobrou transparência. “A prefeitura precisa abrir os números da planilha com transparência, ouvindo as autoridades no assunto para buscar formas de subsidiar o transporte”, defendeu Aladilce.
Na mesma linha, o vereador Hamilton Assis (PSOL) considerou a medida “inaceitável”. “É inaceitável discutir aumento de tarifa enquanto a Prefeitura injeta milhões de reais no bolso dos empresários, sem abrir os números e sem ouvir a população”, afirmou. Ele cobra o envio imediato da planilha de custos pelo Executivo e reforça: “Transporte público não é mercadoria, é direito. Não aceitaremos que o povo pague duas vezes: primeiro com subsídios públicos e depois com aumento da passagem”.
Ambos os parlamentares apontam falta de transparência na gestão da mobilidade. Hamilton Assis destacou que, desde o início de seu mandato, em janeiro de 2025, cobra o acesso aos dados de custos das operadoras, sem sucesso.
O prefeito confirmou que o reajuste atingirá tanto a tarifa paga pelo usuário, hoje em R$ 5,60, quanto a tarifa técnica (real), calculada em R$ 6,19. A diferença de R$ 0,59 é coberta pelo subsídio público. A estimativa é de uma média de 14 milhões de viagens pagas por mês no sistema.









