Judiciário tem agido ao sabor de convicções políticas, diz Roma

Foto: Divulgação, Assessoria João Roma

Em entrevista ao podcast do Projeto Prisma, o ex-ministro e presidente do PL na Bahia, João Roma, voltou a criticar a atuação do Judiciário e do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele classificou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “perseguição nunca vista antes na história do Brasil” e afirmou que a atuação do Judiciário está “contaminada” por convicções políticas.

Roma questionou a base da condenação, destacando a ausência de acusações de corrupção. Ele acrescentou que Bolsonaro pode ter falhado na maneira como se expressava, mas que “era muitas vezes o porta-voz de brasileiros que enxergavam o que ele conseguia falar”.

O ex-ministro também direcionou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. “Um Judiciário que, ao invés de buscar harmonizar o Brasil e aplicar a lei, tem agido com todo o parcialismo, rasgando a Constituição”, afirmou. Roma também disse que Moraes afirmou que “escolheu a cela antes ainda de tramitar a condenação do presidente Bolsonaro”, chamando a ação de “terrorismo psicológico”.

“Infelizmente vemos um país contaminado por um judiciário que tem agido ao sabor das suas convicções ideológicas e políticas, em total desalinho com a nossa Constituição. O resultado disso é o que estamos vendo aí com o presidente Bolsonaro, que não tem uma acusação de corrupção, mas para tentar tirar o maior líder da direita da nossa nação do páreo eleitoral, cria-se uma narrativa inconsistente de atentado à democracia. Enquanto o ato de se expressar é criminalizado no país, vemos o atual presidente dizendo que traficante é vítima, acompanhado do silêncio conveniente de quem o apoia”, completou Roma nas redes sociais.

Próximos passos do processo contra Bolsonaro no STF

As declarações de Roma ocorrem em um momento decisivo. Na última sexta-feira (7), a Primeira Turma do STF manteve, por unanimidade, a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. Os ministros rejeitaram os embargos de declaração, recurso das defesas.

A decisão, no entanto, não significa prisão imediata. A execução da pena só ocorrerá após o trânsito em julgado do processo, ou seja, o esgotamento de todos os recursos, o que depende de uma declaração do ministro Alexandre de Moraes. As defesas ainda podem tentar levar o caso ao plenário da Corte, embora a possibilidade seja considerada remota devido ao placar de 4 votos a 1 pela condenação.

Além do ex-presidente, tiveram os recursos negados figuras como Walter Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Helene e Alexandre Ramagem. Se a prisão for decretada, Bolsonaro poderá cumprir a pena no presídio da Papuda ou em sala da PF, com a defesa podendo pleitear o regime domiciliar devido ao seu estado de saúde.

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