Em uma reviravolta no discurso, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) admitiu que o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) pode ser um adversário de peso na corrida pelo Palácio de Ondina em 2026. A declaração, feita nas redes sociais nesta quinta-feira (6), contrasta com as ironias direcionadas ao possível candidato da oposição nos últimos meses.
Em uma publicação no Instagram, o emedebista apresentou uma avaliação que surpreendeu aliados e opositores. “Eu tenho dito que estou em uma fase da vida que me permito dizer o que penso, o que vejo, o que sinto. Passei uma semana viajando pelo interior da Bahia e sou forçado a reconhecer, pelo que vi, que se realmente for candidato, o ex-prefeito de Salvador será extremamente competitivo, exigindo das forças que o MDB integra muita unidade, nenhum salto alto e redobrada atenção aos que comeram poeira quando poucos acreditavam”, escreveu Geddel.
Anteriormente, o ex-ministro chegou a duvidar da disposição de Neto para a disputa pelo governo baiano. Sobre rumores de que o ex-prefeito desistiria da campanha, Geddel foi categórico: “Para mim, nenhuma novidade nesta notícia. Tenho dito há muito que ele não será candidato ao Governo e sim a deputado federal. A notícia só confirma”.
Em outra ocasião, o cacique do MDB defendeu que o prefeito Bruno Reis (União Brasil) é o nome mais forte da oposição, declarando: “Na minha visão, inclusive, Bruno é um político mais qualificado que o ex-prefeito”.
Procurado por Neto e Bruno após deixar a prisão
Em entrevista nesta semana ao programa Linha de Frente, da rádio Antena 1, Geddel respondeu a quem o atacou durante o período em que esteve preso. Ele argumentou, em tom de desabafo, que a situação poderia ter sido vivida por qualquer político do país. O ex-ministro contou que, ao ser detido, foi tratado como um “leproso”, mas que, após sua soltura, passou a ser procurado por figuras como o próprio ACM Neto e o prefeito Bruno Reis, que buscavam apoio.
“Em 2022, eu era o mesmo Geddel: já tinha sido preso. Mas, quando passou a ser interessante o MDB, minha casa passou a ser o vale dos leprosos e passou de ser a Basílica da Aparecida. Era romaria querendo apoio do MDB, meu apoio. Ninguém tinha mais vergonha, não tinha mais encontro escondido”, relatou.









