Em uma sessão extraordinária marcada por rigoroso procedimento e voto sigiloso, a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) decidiu, nesta sexta-feira (10), manter a prisão do deputado estadual Binho Galinha (Patriota). A decisão, considerada histórica, contou com a presença massiva de 53 parlamentares e resultou em 34 votos pela manutenção da custódia, contra 18 pela soltura e uma abstenção.
Diferente do habitual, a sessão foi conduzida com estrita formalidade. Os deputados ouviram silenciosamente os argumentos da defesa, sem conversas paralelas. Os líderes de bancada não puderam orientar o voto, e a escolha foi realizada de forma anônima, mediante cédulas de papel que serão incineradas. Os parlamentares com mais de 60 anos tiveram prioridade para depositar seu voto.
O advogado de Binho Galinha, Gamil Föppel, usou a tribuna por 15 minutos para sustentar que a defesa não era do parlamentar, mas do próprio Parlamento. Ele citou o princípio da “inviolabilidade criminal” e argumentou que os fatos investigados são anteriores ao mandato e alheios à atividade parlamentar.
Após uma pausa de 20 minutos para a rubrica das cédulas, a votação foi encerrada. A contagem foi feita pelo presidente do Conselho de Ética, Vitor Bonfim (PV), pela Procuradora da Mulher, Fabíola Mansur (PSB), e pelo Corregedor Parlamentar, Sandro Régis (União Brasil), consolidando a decisão pela permanência do deputado na prisão.
