As exportações baianas registraram uma retração de 12,6% em setembro, somando US$ 923 milhões, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A análise, realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), aponta que o comércio global em desaceleração foi o principal motivo para o resultado, influenciado pela queda de 11,3% nos preços médios dos produtos e por um recuo de 1,6% no volume físico embarcado.
No acumulado de janeiro a setembro, o valor total exportado pelo estado chegou a US$ 8,33 bilhões, uma diminuição de 4% ante o período anterior. Apesar do aumento de 3,3% no quantum, os preços seguem em trajetória de baixa, com desvalorização de 7,1%. O terceiro trimestre evidenciou uma desaceleração mais intensa, com quedas de 16,3% no valor e 9,4% no volume das vendas externas.
Setores como indústria de transformação e extrativa tiveram desempenho negativo no ano, com recuos de 5,6% e 10,6%, respectivamente. A agropecuária praticamente estabilizou, com leve alta de 0,1%. A combinação de custos de produção em alta, valorização do real e a retração nos valores de commodities vem comprimindo a rentabilidade dos exportadores.
No cenário internacional, a China se mantém como o principal destino dos produtos baianos, respondendo por 26,3% das vendas. Embora o volume enviado ao país asiático tenha crescido 5%, o valor caiu 9%. Em contrapartida, os Estados Unidos apresentaram um desempenho positivo, com alta de 38% no volume embarcado no ano e incremento de 5,8% no valor total. Apenas em setembro, o volume destinado ao mercado norte-americano subiu 38,3%, mesmo com uma queda de 4% no valor, reflexo da desvalorização de itens como frutas, celulose, óleo combustível e produtos químicos.
Os embarques para a América do Norte subiram 14,2% no ano, enquanto as vendas para a América do Sul cresceram expressivos 46%. Já os destinos asiáticos e europeus registraram quedas de 3,3% e 7,8%, respectivamente.
Saldo comercial baiano supera US$ 1 bi
No lado das importações, as compras internacionais baianas totalizaram US$ 893 milhões em setembro, uma retração de 13,4%. No acumulado do ano, o montante chegou a US$ 7,30 bilhões, com queda de 12,3%. As aquisições de combustíveis despencaram 46% em setembro, enquanto as de bens de consumo tiveram alta exponencial de 754,8%, puxadas pela entrada de veículos.
Com esse desempenho, a balança comercial do estado fechou o período com um superávit de US$ 1,02 bilhão, um crescimento de 193% sobre igual intervalo de 2023. A corrente de comércio, que soma exportações e importações, atingiu US$ 15,63 bilhões, recuando 8,1%.