O jornalista Bob Fernandes fez um alerta, durante participação no programa Três Pontos, da Metrópole FM, nesta quinta-feira (2), sobre os riscos urbanísticos e ambientais trazidos pela nova lei de uso do solo de Salvador. A aprovação do Projeto de Lei 175/2024, que modifica a Lei de Uso e Ordenamento do Solo (LOUOS), flexibiliza regras de construção e, segundo ele, ameaça o título de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco à capital baiana.
Durante a transmissão, Fernandes criticou a permissão para erguer edificações de até 35 andares em zonas protegidas. Ele questionou a falta de uma reação popular mais contundente diante da medida. “No carnaval, 200 mil pessoas cantavam e berravam o tempo todo ‘tire as construções da minha praia, não consigo respirar’. Por que 10 mil pessoas não se reúnem pra protestar em relação a essa agressão? Que é brutal. Quem anda por vários pontos da cidade não consegue andar mais, a cidade tá parada”, afirmou.
O comunicador apontou que a mudança legal beneficia interesses privados em detrimento da preservação do centro histórico. Ele também mencionou a omissão de instituições como IPHAM, IPAC e Ministério Público, que teriam a função de proteger o patrimônio da cidade. “Estas pessoas vivem viajando pelo mundo, sabem que Paris, Lisboa, Roma, Florença não se mexem em um prego, iluminam cada pedrinha que tem história. E aqui em Salvador estão destruindo a cidade, a memória e a história. Liberar 35 andares em qualquer ponto da cidade é um crime contra a cidade”, concluiu, enfatizando a gravidade da situação.